A França intensifica sua pressão sobre a União Europeia para bloquear ou modificar o acordo comercial com o Mercosul, em um momento em que a Comissão Europeia se prepara para iniciar o processo de ratificação. O diretor-geral adjunto de Comércio, Leopoldo Rubinacci, anunciou que a Comissão planeja adotar a proposta de assinatura e conclusão do acordo antes do fim de junho, tendo as negociações se encerrado em dezembro passado, em Montevidéu.
No dia 5 de junho, durante uma reunião com o presidente francês Emmanuel Macron, Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso em assinar o acordo ainda este ano. Contudo, a França, preocupada com a proteção do seu setor agrícola, clama por uma revisão da cláusula de segurança do contrato. Macron sugeriu a inclusão de medidas adicionais, mas essa proposta foi rejeitada pelo comissário europeu da Agricultura, Christophe Hansen.
O acordo em questão, que criaria um bloco comercial de mais de 700 milhões de consumidores, permitiria a exportação de carros e máquinas da UE em troca da inclusão de produtos sul-americanos como carne, açúcar e soja. Apesar do impasse, líderes de países como Alemanha, Finlândia e Suécia estão pressionando para a liberação do acordo, citando a necessidade de aliviar tarifas comerciais globais.
A França, por sua vez, está buscando unir apoio contra o acordo, podendo até mesmo dividir o tratado: separando as questões comerciais das demais, o que simplificaria a ratificação. O país conta com o respaldo de nações como Hungria, Áustria e Itália, que podem formar uma minoria de bloqueio no Conselho da UE. Assim, Paris continua reivindicando mudanças, acreditando que sua posição não pode ser ignorada.
A complexidade dessa negociação ressalta a fragilidade das relações comerciais, enquanto os interesses agrícolas da França se chocam com a necessidade de crescimento econômico. E você, o que acha sobre essa situação? Deixe seu comentário e participe da discussão!
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