Neste sábado, o Irã se despediu de aproximadamente 60 oficiais e cientistas nucleares mortos por Israel, em uma cerimônia marcada por sentimentos intensos e um ambiente de tensão. O funeral ocorre em meio a um cessar-fogo frágil entre Teerã e Tel Aviv, justamente quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensifica suas ameaças.
Nesta manhã, o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, respondeu com veemência às declarações de Trump, que afirmara ter “salvado” o aiatolá Ali Khamenei de ser assassinado.
Em sua mensagem, Araghchi pediu respeito a Trump: “Se realmente deseja um acordo, deve abandonar o tom desrespeitoso em relação ao grandioso líder iraniano e deixar de ofender seus milhões de apoiadores sinceros.” O chanceler enfatizou a força do povo iraniano, que mostrou ao mundo que Israel não tinha escolha senão buscar proteção.
Enquanto Trump mencionava novas negociações na cúpula da Otan, Araghchi deixou claro que Teerã não estava disposta a voltar à mesa, especialmente após Trump afirmar que, se necessário, consideraria bombardear o Irã novamente.
Trump expressou sua indignação no Truth Social, criticando Teerã por declarar vitória na guerra e adiando discussões sobre um possível alívio nas sanções.
O presidente dos EUA afirmou ter localizado Khamenei, poupando sua vida de forma deliberada. “Isso não foi suficiente; em resposta, recebi apenas ódio e desprezo”, relatou Trump, decidindo interromper qualquer discussão sobre o alívio das sanções.
Enquanto isso, em Teerã, um clima de reverência e desejo de vingança permeava o funeral. Multidões se reuniram para prestar homenagem aos “mártires da guerra imposta pelo regime sionista”, com bandeiras iranianas cobrindo os caixões dos oficiais mortos, incluindo o general Mohammad Bagheri, um dos mais proeminentes líderes das forças armadas.
O cortejo fúnebre percorreu 11 quilômetros, entre a Praça Enghelab e a Praça Azadi, com a presença do presidente iraniano, Massud Pezeshkian, e do general Esmail Qaani, chefe da Força Quds.
Durante a cerimônia, Ali Shamkhani, um conselheiro do líder supremo, foi visto com uma bengala, enquanto milhares de iranianos carregavam bandeiras e exibiam faixas de apoio, clamando “Boom, boom Tel Aviv”, referindo-se aos mísseis disparados em retaliação às ações israelenses.
A guerra, que começou em 13 de junho, visava impedir que o Irã adquirisse capacidade bélica nuclear, uma acusação negada pelo país. Ao final do conflito de 12 dias, o Ministério da Saúde iraniano registrou pelo menos 627 civis mortos e quase 4.900 feridos, enquanto Israel informou que 28 de seus cidadãos haviam morrido em decorrência dos ataques iranianos.
A escalada de tensões entre os países destaca um cenário complexo e volátil, onde a diplomacia dá espaço ao conflito. O que você pensa sobre essa situação? Expresse sua opinião e compartilhe suas ideias nos comentários!
“`
Comentários Facebook