O chefe das forças armadas de Israel, Eyal Zamir, ressaltou nesta sexta-feira (20/6) que o país está se preparando para uma “campanha prolongada” contra o Irã, ao iniciar a segunda semana de um conflito acirrado. Em um comunicado impactante, Zamir afirmou: “Entramos na campanha mais complexa de nossa história para enfrentar uma ameaça sem precedentes. Devemos estar prontos para um esforço prolongado.”
“Embarcamos na campanha mais complexa de nossa história para eliminar uma ameaça de tal magnitude, contra um inimigo como esse. Devemos estar prontos para uma campanha prolongada”, disse Zamir em uma declaração em vídeo.
Durante uma reunião no Conselho de Segurança da ONU, o secretário-geral António Guterres também manifestou sua preocupação, advertindo que o conflito pode se escalar se as hostilidades não forem contidas imediatamente. Infelizmente, os ataques continuam, enquanto as potências europeias tentam revitalizar negociações com Teerã para um novo acordo nuclear. Contudo, as discussões em Genebra, lideradas pelo ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, não avançaram.
Após o encontro, o chanceler britânico David Lammy declarou que os países europeus estão “dispostos a prosseguir com as negociações em andamento com o Irã”, reiterando que Teerã “não pode ter uma arma nuclear”. Araghchi, por sua vez, enfatizou que o Irã consideraria a diplomacia apenas se Israel cessar seus ataques e se os responsáveis forem punidos. Ele expressou preocupação com a ausência de condenação por parte dos três países europeus e da União Europeia em relação aos bombardeios israelenses, considerando-os uma grave violação do direito internacional.
“Declarei de forma explícita e clara que as capacidades defensivas do Irã não são negociáveis”, acrescentou Araghchi, demonstrando, porém, abertura para continuar o diálogo com os europeus “em um futuro próximo”.
Ao ser questionado sobre a iniciativa da Europa, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o “Irã não deseja dialogar com a Europa”, prevendo dificuldades na mediação.
As palavras de líderes internacionais ocorrem em um cenário de ofensivas renovadas. O exército israelense anunciou que 25 aeronaves realizaram ataques aéreos na manhã de sexta-feira, mirando em “componentes de infraestrutura de armazenamento e lançamento de mísseis” no oeste do Irã. O ataque resultou em feridos em Teerã, incluindo uma colisão trágica com um edifício residencial que deixou cinco pessoas feridas. Em resposta, as defesas aéreas iranianas foram ativadas ao anoitecer.
Em Haifa, um projétil atingiu o centro da cidade, ferindo pelo menos 31 pessoas e danificando gravemente edifícios, inclusive uma mesquita. Essa cidade abriga o porto mais movimentado de Israel e uma importante base naval.
Na ONU, o embaixador iraniano, Amir Saeid Iravani, fez uma acusação violenta, informando que civis, inclusive em hospitais, foram mortos em ataques israelenses, destacando bombardeios recentes a instituições de saúde. Ele contestou narrativas sobre ataques israelenses, afirmando que os danos não foram acidentais, mas sim “crimes de guerra deliberados”.
“Esses não foram acidentes ou danos colaterais. Foram crimes de guerra deliberados”, reafirmou Iravani durante uma reunião no Conselho de Segurança sobre o agravamento do conflito.
Em contraposição, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, declarou que seu país não cessará as ofensivas até que a ameaça nuclear iraniana seja completamente eliminada. O chefe da agência nuclear da ONU também se pronunciou, alertando sobre os perigos dos bombardeios em instalações nucleares e pedindo contenção máxima. “Um ataque armado pode resultar em vazamentos radioativos com consequências devastadoras”, afirmou Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA.
Na quinta-feira, um oficial militar israelense não pôde confirmar se a usina nuclear de Bushehr havia sido atacada, apesar das alegações iniciais. Israel reafirma seu compromisso de desmantelar as capacidades nucleares do Irã, ao mesmo tempo em que busca evitar uma catástrofe nuclear.
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