O ex-presidente Jair Bolsonaro aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por uma acusação de envolvimento em uma suposta trama golpista. As alegações finais estão previstas para serem apresentadas entre agosto e setembro, após conclusão do prazo estipulado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Moraes concedeu 15 dias para que as defesas de Bolsonaro e outros sete réus se manifestem, assim como à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao delator Mauro Cid. Todas as alegações devem ser finalizadas até 11 de agosto, já que a contagem prossegue mesmo durante o recesso judicial de julho.
Na abertura do período para as alegações finais, Moraes ressaltou que todas as diligências necessárias foram concluídas, marcando o encerramento da fase de instrução. Além disso, mandou que várias instâncias judiciais forneçam certidões de antecedentes criminais dos réus em um prazo de cinco dias.
Interrogatórios
Junto com Bolsonaro, outros sete membros da sua administração enfrentam as mesmas acusações. Em depoimentos anteriores, todos negaram qualquer participação em ações golpistas, com os réus sustentando que as acusações não se sustentam.
Durante seu interrogatório, Bolsonaro reafirmou seu compromisso com a Constituição e alegou que discussões sobre um possível golpe foram meros “desabafos” e rapidamente descartadas. Ele enfatizou a falta de condições para a realização de qualquer ação concreta, afirmando: “Não tínhamos uma base minimamente sólida para se fazer qualquer coisa”.
Crimes imputados aos integrantes do núcleo 1:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União;
- Deterioração de patrimônio tombado.
Quem são os réus ao lado de Bolsonaro
No núcleo 1 da trama, encontram-se oito réus, que incluem aliados próximos e integrantes de alto escalão do governo anterior, como ministros e um ex-comandante da Marinha. Confira a lista:
Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin, acusado de disseminar notícias falsas sobre fraudes eleitorais.
Almir Garnier Santos: ex-comandante da Marinha, supostamente envolvido em reuniões de apoio ao golpe.
Anderson Torres: ex-ministro da Justiça, que teria assessorado juridicamente os planos golpistas.
Augusto Heleno: ex-ministro do GSI, cuja participação inclui propagação de desinformação sobre o processo eleitoral.
Jair Bolsonaro: acusado de liderar a trama golpista para permanecer no cargo após sua derrota.
Mauro Cid: ex-ajudante de ordens e delator no caso, que participou de reuniões sobre a estratégia.
Paulo Sérgio Nogueira: ex-ministro da Defesa, envolvido na elaboração de um decreto que tentava anular as eleições.
Walter Souza Braga Netto: ex-ministro e único réu atualmente preso, acusado de obstruir investigações.
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