Um desfecho dramático se aproxima para o Hotel Sol Bahia Atlântico, em Salvador, que foi ocupado desde o último sábado, 31 de maio, por cerca de 600 famílias do Movimento Social de Luta por Moradia e Cidadania da Bahia (MSMC). O prazo para desocupação termina nesta quarta-feira, 4, diante de uma decisão judicial que impõe uma multa de R$ 1.000 por dia em caso de descumprimento, até um teto de R$ 50.000.
A ocupação ganhou notoriedade devido ao estado de abandono do hotel, desativado desde 2020, durante a pandemia de Covid-19. A administração do imóvel, sob responsabilidade da ANAK Consultoria Imobiliária S/A, acionou a justiça no momento em que o movimento se estabelecia no local. O advogado Paulo Vieira relatou que, no domingo, 1º de maio, a notificação foi entregues e a determinação da Justiça foi obedecida, com a execução da reintegração de posse já prevista.
A decisão da desembargadora Lisbete Maria Teixeira Almeida Cezar Santos foi clara: a reintegração de posse pode seguir, contanto que as custas processuais sejam pagas. O advogado Vieira confirmou que todos os trâmites legais já estão em andamento, e que a polícia será responsável por qualquer ação de desocupação, seguindo os critérios determinados pela Justiça.
Em resposta à situação, Carlos Alberto Araújo dos Santos, um dos diretores do MSMC, expressou um apelo à Justiça, ressaltando a importância de considerar a dignidade das mulheres e da moradia: “O que prevalece mais? É a utilização desse patrimônio para abrigar famílias ou a defesa de interesses individuais?” Ele destacou a deterioração do prédio e a presença de atividades ilegais nas suas imediações, afirmando que a ocupação visa proteger o local de organizações criminosas.
O antigo hotel, situado em uma das áreas mais valorizadas de Salvador, transformou-se em um lar improvisado para muitas famílias. Com cômodos sendo adaptados para a moradia, os ocupantes da MSMC buscam dar uma nova vida ao espaço, que há anos estava sob o perigo do abandono total. Entretanto, a falta de água e energia elétrica continua sendo um grande desafio.
O dilema entre a propriedade privada e a necessidade urgente de moradia ressoa nas palavras de Santos: “Confio na Justiça. Estamos em busca de condições dignas para essas mulheres e suas famílias.” O resultado dessa história está prestes a se desenrolar, e a atenção da sociedade se volta para o que ocorrerá nas próximas horas. O que você acha sobre essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários.
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