Em um cenário de crescente tensão entre o Executivo e o Legislativo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, em coletiva de imprensa, a decisão de sua equipe econômica de elevar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas operações de risco sacado. Apesar das críticas ferozes do mercado e do Congresso, Lula relativizou a situação, afirmando que “não deu tempo” para discussões mais profundas sobre a medida, que foi implementada via decreto em maio.
“O [Fernando] Haddad, no afã de dar uma resposta à sociedade, elaborou uma proposta da Fazenda”, explicou o presidente, isentando o ministro de responsabilidade. “Não acho que tenha sido erro; foi um momento político e Haddad estava aberto a rediscutir o assunto. A medida do IOF foi o que pensaram naquele instante,” completou.
A implementação do aumento gerou uma crise que levou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a exigir a suspensão imediata da cobrança. O Congresso estabeleceu um prazo de dez dias para que o governo apresentasse uma alternativa, evitando a votação de um projeto que poderia derrubar o decreto presidencial – um movimento inédito em 25 anos.
Lula enalteceu a importância da comunicação com o Congresso e confirmou um almoço agendado com os presidentes da Câmara e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de líderes partidários. A expectativa é que alternativas à medida sejam divulgadas após a reunião, caso sejam aprovadas por Lula.
Além disso, o presidente lançou uma crítica sutil ao Senado, mencionando o não cumprimento de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a desoneração da folha de pagamento. Ele ressaltou: “O Ministério da Fazenda está tentando fazer um reparo diante do não cumprimento de uma decisão da Suprema Corte pelos senadores, que sabiam da obrigação de compensação ao aprovar a desoneração,” afirmou, enfatizando a necessidade de responsabilidade legislativa.
A manutenção do decreto é vista como crucial pelo governo, que estima uma redução de R$ 72,4 bilhões no orçamento se a medida for derrubada. Esse montante é considerado vital para investimentos e para o funcionamento da máquina pública, sendo descrito como “crítico” por especialistas que alertam para os riscos de cortes excessivos e paralisações.
O próprio ministro Fernando Haddad já expressou preocupação com a situação na semana passada, após encontros com líderes do Congresso. Ele destacou que o funcionamento da máquina pública do Brasil está em uma fase delicada. Com a viagem de Lula à França programada para esta terça-feira (3), a urgência para resolver o impasse do IOF cresce, tornando-se um tema central na articulação política do governo.
E você, o que pensa sobre o aumento do IOF e suas implicações? Deixe seu comentário abaixo e participe dessa discussão importante para o futuro econômico do Brasil!
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