Em uma recente entrevista à GloboNews, o presidente francês, Emmanuel Macron, expressou sua disposição de assinar o tão aguardado acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul até o final do ano, desde que certas modificações sejam incorporadas. Durante a gravação, feita na quinta-feira (5), Macron se mostrou aberto a sugestões após receber o incentivo do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para “abrir o coração” ao acordo. Esse momento destacou a importância da liderança brasileira na presidência do Mercosul, que acontecerá no segundo semestre de 2025.
A pressão sobre Macron é palpável, pois seus agricultores exigem uma posição firme em relação ao pacto, considerando-o essencial para proteger seus interesses. Apesar disso, o presidente francês identificou o acordo como vantajoso para muitos setores, especialmente em um panorama global marcado por tensões comerciais e tarifas impostas por Donald Trump.
Entretanto, Macron defendeu a inclusão de “cláusulas de salvaguarda e cláusulas-espelho” dentro do acordo, com o intuito de proteger a produção agrícola europeia da concorrência dos agricultores sul-americanos, considerados mais competitivos devido às suas normas de produção. Ele declarou: “Sim, porque convenceremos nossos agricultores e camponeses de que este acordo é bom para eles”. Essa afirmação ressalta a importância de uma comunicação clara entre os tomadores de decisão europeus e os setores agrícolas.
François Macron destacou que, para os países do Mercosul exportarem seus produtos para a Europa, devem seguir as mesmas normas rigorosas que os agricultores europeus, especialmente relacionadas ao uso de produtos fitossanitários. Ele também mencionou a necessidade de um protocolo adicional, que permita “a ativação de uma cláusula de salvaguarda” em caso de desregulamentação abrupta do mercado. A Comissão Europeia já havia alcançado um acordo comercial em dezembro com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, mas a definição do mecanismo para aprovação e ratificação na Europa ainda é uma questão pendente.
A ratificação desse acordo poderia abrir portas para a UE, maior parceiro comercial do Mercosul, facilitando a exportação de veículos, máquinas e produtos farmacêuticos, enquanto o Mercosul teria a oportunidade de aumentar suas exportações de carne, açúcar, soja, mel e outros produtos para o continente europeu. O interesse mútuo em estabelecer essa relação comercial robusta é claro, mas será fundamental encaminhar as preocupações dos agricultores para que um consenso sustentável seja alcançado.
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