Um mercadinho em Salvador foi condenado a indenizar um ex-empregado em R$ 20 mil por danos morais, após ele ser dispensado por questionar práticas de racismo no ambiente de trabalho. O caso expõe ofensas racistas que ocorriam no local, incluindo piadas sobre jogadores negros durante a Copa do Mundo e comparações desumanizadoras, como chamar pessoas negras de “King Kong”.
Após confrontar essas ofensas, o ex-funcionário foi demitido sem justa causa. A decisão do juiz substituto da 6ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia, Danilo Gonçalves Gaspar, reconheceu a prática de racismo recreativo, uma forma disfarçada de discriminação. Embora ainda caiba recurso, a sentença foi clara ao identificar o ambiente de trabalho como hostil e nocivo.
O empregado, incomodado com os constantes comentários pejorativos, decidiu gravar uma conversa com o proprietário do mercadinho, buscando conscientizá-lo sobre o problema. A gravação, de cerca de 15 minutos, foi aceita como prova lícita, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal. Durante a conversa, o trabalhador descreve o impacto emocional das ofensas e a necessidade de mudar essa cultura dentro da empresa.
O juiz destacou que a dispensa do empregado foi uma clara retaliação por sua coragem em confrontar as ofensas. Ele ressaltou que o ambiente deveria ter promovido um acolhimento ativo, ao invés de desmerecer a dor do outro. Citou o jurista Adilson Moreira, que discute o racismo recreativo, enfatizando que esse tipo de humor reforça estereótipos prejudiciais e limita as oportunidades das pessoas negras.
Através de sua decisão, o magistrado demonstrou a importância de criar um espaço saudável e respeitoso nas relações de trabalho. Ele lembrou que cada indivíduo carrega sua própria dor e que todos merecem ser ouvidos e respeitados em suas diversidades. Que lições podemos aprender com esse caso? O que você pensa sobre o papel das empresas na promoção de um ambiente de trabalho inclusivo? Deixe seu comentário!
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