Mianmar: jovem aliciada pediu ajuda a paulista resgatado há 4 meses

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Em uma surpreendente reviravolta, uma jovem brasileira, mantida sob condições terríveis em Mianmar, conseguiu solicitar ajuda através das redes sociais. Seu pedido chegou até Phelipe de Moura Ferreira, um paulista que também havia sido resgatado recentemente e que vivenciou a mesma rede criminosa.

Phelipe, que passou três meses aprisionado por uma máfia dedicada a golpes cibernéticos, escapou junto a Luckas “Kim” Viana com o auxílio da ONG The Exodus Road Brasil. Eles conseguiram fugir entre os dias 8 e 9 de fevereiro e, agora, a mesma organização se mobilizou para libertar a jovem, que por dois meses havia sofrido exploração sexual em um hotel no estado de Karen, Mianmar. Ela havia sido atraída para o país sob a promessa de um emprego na Tailândia.

logo metropoles branca

Karen Mianmar

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Estado de Karen, em Mianmar, onde brasileira foi sujeita à exploração sexual

Google Maps/Reprodução

Complexo em Karen Mianmar

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Vista de local em que brasileira foi mantida em cárcere

O Globo/Reprodução

Triangulo Dourado trafico humano

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Triângulo Dourado, onde ocorre com frequência casos de tráfico humano para fins sexuais ou de aplicação de golpes cibernéticos

Google Maps/Reprodução

O apelo da jovem chegou a Phelipe em maio, através do Instagram. Ele contou que, ao notar que uma mulher estava curtindo suas fotos, decidiu checar mensagens de perfis que não conhecia. Foi assim que, em 6 de maio, encontrou a mensagem desesperada dela, que havia tentado contato por quatro dias.

Phelipe imediatamente a aconselhou a entrar em contato com Cintia Meirelles, diretora da The Exodus Road Brasil, que também tivera papel fundamental em sua própria libertação. O resgate dela foi ágil; conseguiu garantir sua liberdade ao prometer que pagaria pelo transporte necessário para deixar o local, com o valor – aproximadamente R$ 4 mil – coberto por outra organização de apoio.

Uma vez livre, a jovem contatou a embaixada, iniciando os procedimentos para seu retorno ao Brasil. Cintia ressaltou a importância da colaboração entre diversas entidades no sucesso dessa operação: “Foi um trabalho em rede. Essa interação rápida nunca havia acontecido antes”.

Essa situação alarmante revela que as denúncias através das redes sociais estão se tornando cada vez mais comuns. Phelipe, um palestrante sobre tráfico humano desde sua fuga, recebeu contatos de pelo menos quatro outras vítimas. As denúncias foram encaminhadas à The Exodus Road, que tem monitorado cerca de 20 brasileiros buscando ajuda para retornar ao seu país. Além disso, entre 200 e 300 cidadãos estão sob vigilância em locais como Mianmar, Tailândia, Laos, Camboja e Dubai.

Recentemente, Phelipe e Luckas informaram que ainda existem oito brasileiros em Mianmar, vítimas de tráfico humano. Enquanto isso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) se posicionou, ressaltando que a repatriação de vítimas é responsabilidade do Ministério das Relações Exteriores. Em nota, o MJSP esclareceu que, ao identificar uma vítima no exterior, atua em diálogo com as autoridades locais para garantir assistência adequada.

Esses casos são um lembrete sombrio das armadilhas que precisam ser combatidas e do papel crucial que a sociedade deve desempenhar para proteger as vítimas. Convidamos você a compartilhar suas opiniões e reflexões sobre essa situação. Seu comentário é valioso!

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