Durante a audiência de interrogatórios que deu início à ação penal relacionada a uma alegada tentativa de golpe de Estado em 2022, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentou um tom inusitadamente leve e irônico. Sua abordagem gerou risos entre os presentes, proporcionando uma dinâmica diferente em um ambiente tipicamente sério.
O primeiro a ser ouvido foi o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Após as perguntas feitas por Moraes e pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, os advogados dos demais réus puderam intervir, incluindo o advogado Demóstenes Torres, que, com uma pitada de humor, decidiu evitar repetições para facilitar o andamento dos interrogatórios.
Moraes também interagiu de forma leve com o advogado José Luis Oliveira Lima, que defendeu o ex-ministro Walter Braga Netto. Ao mencionar o tempo de espera, brincou: “O duro é o doutor José. Até chegar nele… Cada vez eu vejo ele riscando alguma coisa. Mas vai dar certo”. Lima, por sua vez, respondeu de forma descontraída: “Tenho várias [perguntas]”.
“Infelizmente eu não posso ter o meu momento ministro Alexandre de Moraes: sim ou não?”, disse Torres, aludindo ao estilo direto do ministro. Moraes, mantendo o tom leve, devolveu: “Feliz? Mais alguma coisa, doutor Demóstenes? Sim ou não?”
Outro momento de informalidade surgiu quando o advogado Celso Vilardi apresentou um áudio de Mauro Cid, no qual ele mencionava pressões feitas por empresários ao então presidente Bolsonaro. Moraes, curioso, indagou se haveria um pedido de aditamento da denúncia, evidenciando a seriedade que permeava o caso.
“O senhor vai pedir aditamento da denúncia? Fiquei na dúvida”, questionou Moraes, aludindo à possível ampliação da acusação.
Cid, ao descrever uma reunião entre militares no final de 2022, referiu-se a ela como uma “conversa de bar”, mas Moraes rapidamente ironizou: “Não era bem conversa de bar, né?”, ao lembrar das mensagens que combinavam salgadinhos e refrigerantes. Esse tipo de leveza contrastava com a gravidade da situação em questão.
Os interrogatórios são parte de uma ação que investiga a suposta participação de oito réus na tentativa de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A tensão e a expectativa continuam, com novas oitivas programadas para esta terça-feira (10/6).
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