Recentemente, o delegado da Polícia Civil de São Paulo, Rodrigo Correa Baptista, tornou-se alvo de ataques preconceituosos nas redes sociais. As ofensas, que focaram em sua aparência, surgiram após uma publicação de uma página de jornalismo esportivo onde ele comentava sobre um caso de xenofobia que envolveu o jogador Damian Bobadilla do São Paulo, indiciado por ter chamado o atleta Miguel Navarro de “venezuelano morto de fome” durante uma partida da Copa Libertadores.
Apesar do foco do debate ser sobre intolerância, os comentários nas redes sociais desviaram consideravelmente do assunto, atacando a aparência do delegado, especialmente um de seus olhos. Essa situação gerou um desmerecimento não apenas ao seu trabalho, mas também à temática séria que estava sendo discutida.
Veja:
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Delegado alvo de ataques digitais fez boletim de ocorrência
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Alguns comentários também defenderam o delegado Rodrigo
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Delegado alvo desses ataques fez apelo contra a discriminação
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Os prints dos comentários foram tirados pelo delegado e estarão no inquérito
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Delegado Rodrigo Baptista foi alvo de ataques preconceituosos em publicação nas redes sociais
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Comentários desmereceram a atuação do delegado Rodrigo
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Comentários também defenderam o delegado
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Delegado Rodrigo Baptista
Diante das ofensas, alguns usuários tentaram defender o delegado, destacando a contradição de criticar sua aparência enquanto condenavam o jogador por suas ações. “Legal é ver o povo que fala crucificando o Bobadilla zoar a aparência do delegado”, comentou um deles.
Em conversa com Metrópoles, Baptista enfatizou que os ataques virtuais, além de ofensivos, configuram um crime punido por lei:
“O cibercrime é crescente e, através da internet, as pessoas têm a sensação de impunidade. Mas existe uma legislação que pune todas as formas de discriminação, incluindo ataques a pessoas com deficiência física, conforme previsto no artigo 88 da Lei Brasileira de Inclusão. No contexto digital, há um agravante que pode resultar em penas de 2 a 5 anos de reclusão”, afirmou Rodrigo.
O delegado destacou a seriedade do tema, afirmando que as ofensas discriminatórias afetam profundamente a vida das vítimas, sua saúde e suas relações. “Esses atos não podem ser banalizados e merecem rigor na investigação e responsabilização”, acrescentou.
Para garantir a autonomia em seu trabalho, Baptista registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia independente. Em breve, ele será convocado para prestar depoimento, reforçando seu compromisso com a justiça e o combate à discriminação.
Quem é o delegado?
- Rodrigo Baptista é delegado de polícia há 18 anos e, recentemente, assumiu a 6ª Divisão da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade).
- Ele possui uma deficiência no olho direito, resultado de um tumor diagnosticado ainda na infância.
- Com essa condição, Rodrigo tem visão monocular, onde apenas um dos olhos apresenta visão funcional, enquanto o outro está incapacitado.
- Esteticamente, o delegado apresenta estrabismo.
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