O governo do Paraguai elevou a voz em um pedido de explicação ao Brasil, repercutindo uma questão delicada: a espionagem praticada pela Abin, a Agência Brasileira de Inteligência. O ministro paraguaio da Indústria e Comércio, Javier Giménez, declarou que, apesar da negativa da gestão de Lula sobre sua participação nas manobras de espionagem, existem evidências de que o governo anterior, sob Bolsonaro, esteve envolvido nessas ações.
As revelações que ressurgiram nos últimos dias em Assunção têm suas raízes na operação admitida pelo governo brasileiro em março, quando se confirmou que a Abin havia realizado atividades de espionagem contra o Paraguai em 2022. A operação foi encerrada em março de 2023, mas o rastro dela ainda ecoa nas relações entre os países, levando o Paraguai a adotar uma postura firme ao exigir esclarecimentos.
Em conversas reunindo os ministros de Relações Exteriores, Rubén Ramírez e Mauro Vieira, ficou claro que o Brasil já está investigando o caso e espera apresentar os resultados em breve. “Estamos aguardando o documento com as explicações”, disse Giménez, reforçando a importância dessa resposta para a retomada das negociações sobre o Anexo C do Tratado de Itaipu, que atualmente estão paralisadas em virtude das acusações de espionagem.
O Anexo C, estabelecido em 1973, é crucial, pois define a venda de energia excedente do Paraguai ao Brasil a preços preferenciais. Recentemente, os países chegaram a um acordo para elevar as tarifas nos próximos três anos, mas o progresso nas negociações depende da resolução dessa questão de espionagem.
As notícias se intensificaram quando surgiram relatos de que o governo brasileiro, sob Lula, manteve atividades de espionagem, inclusive acessando antecipadamente discursos de autoridades paraguaias. Giménez enfatizou que o Paraguai não apenas busca uma resposta a essa situação, mas está desejoso de reconstruir sua relação com o Brasil, visto que é seu principal parceiro comercial.
Quais são suas opiniões sobre este desdobramento nas relações entre Brasil e Paraguai? Compartilhe seus pensamentos nos comentários!
Comentários Facebook