PF apura relação de ex-deputado e empresas com contratos de R$ 880 mi

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A Polícia Federal (PF) lançou a Operação Firenze para desmantelar um sofisticado esquema de fraude em licitações em Pernambuco, que tem no centro das investigações Eduardo Porto, ex-deputado estadual e irmão do presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto. A operação, ocorrida na última quinta-feira (5/6), incluiu buscas em endereços associados a Eduardo, levantando suspeitas sobre uma rede de empresas que obteve contratos superando a marca de R$ 800 milhões, financiados em parte por verba federal.

Um dos contratos sob investigação envolve a cidade de Timbaúba, onde um montante de R$ 39 milhões foi alocado. A PF concentra seus esforços na identificação de Eduardo Porto como possível operador por trás das empresas, supostamente registradas em nome de “laranjas”. A análise das estruturas das sociedades revelou um padrão em que três empresas, incluindo a Solserv Serviços, competiam em licitações de forma coordenada, levantando ainda mais indícios de irregularidades.

Não são apenas os contratos que despertam a atenção dos investigadores. A PF busca entender se os sócios dessas empresas possuem relações estreitas com Eduardo Porto e se realizaram transações financeiras com o seu círculo próximo. A situação se complica com a inclusão de ex-assessores que trabalharam em seus gabinetes na lista de investigados.

Eduardo Porto tem um histórico político que inclui uma candidatura à Prefeitura de Jaboatão do Guararapes em 2020 e dois mandatos como deputado estadual entre 2006 e 2014. Agora, seu nome é atrelado a um escândalo que abala as estruturas políticas do estado.

METRÓPOLES @kebecfotografo
Sede da Polícia Federal em Brasília

Operação Firenze

A Operação Firenze, que envolve 95 policiais federais e 6 auditores da Controladoria Geral da União (CGU), mira a investigação de irregularidades em contratos geridos por empresas que, entre 2021 e 2024, receberam surpreendentes R$ 880 milhões de órgãos públicos do estado. Em um total de 19 mandados de busca e apreensão, a ação foi abrangente, alcançando Jaboatão dos Guararapes, Recife, Timbaúba e até São Paulo.

Medidas cautelares foram impostas para evitar a atuação conjunta dos investigados em licitações e restringir o contato entre eles e possíveis testemunhas. Além das transgressões ligadas a contratos, a PF também investiga indícios de lavagem de dinheiro e organização criminosa, resultando de uma denúncia inicial que apontou a contratação irregular de uma empresa em Timbaúba.

A CGU confirmou que as investigações originaram-se de denúncias, que revelaram fraudes que comprometiam o caráter competitivo das licitações, com total partida entre empresas do mesmo grupo com características suspeitas de lavagem de capitais. Somando-se a essa análise, observa-se que, entre os R$ 880 milhões pagos a estas empresas, R$ 214 milhões vieram de aperições federais, colocando em foco o caso da cidade de Timbaúba, onde os valores pagos também eram substanciais.

Defesa de Eduardo Porto

A defesa de Eduardo Porto declara que ele nunca teve vínculo societário com qualquer uma das empresas mencionadas, negando ter recebido lucros provenientes dos contratos em questão. “O acervo probatório já levantado demonstrará sua total desvinculação dos fatos que agora são investigados”, assegurou um representante legal.

O desdobramento desse caso poderá ter repercussões significativas não só na carreira de Eduardo Porto, mas também em todo o cenário político de Pernambuco e ao redor do Brasil. Queima-se o que parecia seguro, e a transparência pode estar a um passo de se tornar realidade. Qual é a sua opinião sobre esse caso? Deixe seu comentário abaixo e participe desta discussão!

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