Na tarde de segunda-feira, 23 de junho, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Goiás fez um alerta sobre a grave situação no córrego Santa Bárbara, afluente do Rio do Sal. O incidente ocorreu após um deslizamento no aterro Ouro Verde, em Padre Bernardo, que despejou uma montanha de lixo nas águas. O pH da água, que era 5,8, caiu rapidamente para 5,3, sinalizando um aumento da acidez e um potencial risco à saúde das comunidades que dependem desse recurso.
O rio, utilizado para agricultura, piscicultura, avicultura e atividades recreativas por famílias locais, teve seu uso proibido pelo governo goiano por tempo indeterminado, criando um vazio preocupante na subsistência de muitos. Durante a vistoria realizada pela Semad, os técnicos encontraram espuma na água, indicativa de contaminação por detergentes e outros produtos de higiene, que foram descartados de forma inadequada no lixão. As equipes de monitoração retornarão na próxima quinta-feira, 26 de junho, para nova análise.
Entretanto, durante as inspeções na bacia do Descoberto, não foram encontradas alterações nos pontos de captação de água subterrânea que comprometessem os padrões estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). A Saneago, empresa responsável pelo abastecimento de água em Goiás, assegurou que a qualidade da água distribuída para os municípios de Monte Alto, Ouro Verde e Vendinha permanece adequada.
O Aterro Ouro Verde, que ocupa uma área de mais de 10 hectares, é alvo de uma ação civil do Ministério Público de Goiás e do Ministério Público Federal. Desde 2016, o local é monitorado por não ter os devidos estudos ambientais que garantam a proteção da área. Em março deste ano, a Justiça atendeu a um pedido do MPGO e determinou a suspensão da destinação de resíduos a qualquer aterro sem licença ambiental válida, destacando a urgência em resolver a questão.
Atualmente, a Semad está analisando uma nova versão do Plano Emergencial apresentado pelo Aterro Ouro Verde, que precisa atender às exigências ambientais e oferecer soluções adequadas. O plano anterior foi rejeitado por não abordar os desafios apresentados, como a necessidade de desvio no manancial, e por falta de assinatura de um responsável técnico.
Esta situação serve como um alerta para a importância da gestão adequada dos resíduos e pela proteção de nossos recursos hídricos. O que você acha que pode ser feito para evitar que incidentes assim se repitam? Deixe sua opinião nos comentários!
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