Em um intrigante cenário de corrupção e crime, a Corregedoria da Polícia Militar (PM) revelou, em abril do ano passado, o envolvimento de sargentos da corporação em uma organização criminosa. Testemunhas protegidas apontaram Saint Clair Soares, Rafael Soares e Alan Victor Soares como integrantes de um grupo de extermínio, atuando como assassinos de aluguel para agiotas e traficantes em São José do Rio Preto, interior paulista.
Os sargentos foram presos em maio deste ano, após mandados expedidos pela Justiça Militar. A investigação ganhou novos contornos na terça-feira, 17 de junho, quando o cabo Felício Pereira Alonso Soler também foi detido, vinculado ao assassinato de Jefferson Caetano Barbosa em março de 2023. Este crime desencadeou uma série de seis homicídios na região, todos supostamente encomendados por agiotas.
Em um dos episódios mais chocantes, Kléber Lucio Souza de Oliveira foi brutalmente assassinado em 9 de novembro de 2023. Os atiradores, após desembarcarem de um Volkswagen Gol, utilizaram fuzis de calibre 556, armamentos típicos de guerras. A Corregedoria identificou o sargento Saint Clair como um dos responsáveis, que estava em serviço no momento do crime. Apenas uma semana depois, o mesmo policial foi associado ao assassinato de Tiago José Rocha, que sucumbiu aos ferimentos dois meses após o ataque.
A investigação começou oficialmente em 29 de abril do ano passado, quando denúncias apontaram que policiais militares do 17º Batalhão do Interior (17º BPM/I) estavam envolvidos com práticas de agiotagem e homicídios relacionados a empréstimos ilegais. Outros policiais, como o soldado Luís Guilherme Silva Pavani, também estão sendo investigados.
“Os policiais militares têm atuado em nome de determinados agiotas na execução e na cobrança de dívidas não pagas por aqueles que contraem os empréstimos”, descreve um memorando da Corregedoria obtido pelo Metrópoles.
Segundo a apuração, entre setembro e dezembro de 2023, quatro agiotas foram executados em São José do Rio Preto de maneira semelhante. O sargento Saint Clair foi diretamente implicado em assassinatos que aconteceram durante seu horário de serviço, revelando a profundidade da corrupção na corporação.
Maior onda de violência
Além das vítimas mencionadas, Diego Ermenegildo de Souza foi morto em sua borracharia em setembro de 2023, seguido por Kléber Lucio em novembro, e Jefferson Cristiano de Souza em dezembro, havendo indícios de que todos estavam envolvidos com a prática de agiotagem. Outro caso relevante foi o de José Rodrigues de Souza Oliveira, assassinado em 30 de dezembro, também ligado ao crime organizado.
Vínculos com o crime
A investigação apontou que os sargentos eram frequentemente contratados pela traficante e agiota Bianca Meirelles Nogueira. Em um ato de vingança, ela teria pago aos PMs pela execução de Jefferson Caetano Barbosa, suspeito de ter matado seu parceiro, o traficante Milton Abelli Júnior, conhecido como Cabelo. Durante a execução, os irmãos Alan e Rafael Soares se coordenaram para remover viaturas da PM, demonstrando a audácia e a organização do grupo.
Todos os detidos foram encaminhados ao Presídio Militar Romão Gomes, e a defesa dos policiais ainda não foi localizada. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) emitiu nota afirmando que investigações estão em andamento e que a corporação não tolera desvios de conduta entre seus membros.
Com o avanço do caso, medidas cautelares já foram adotadas, e as autoridades seguem em busca de justiça. É hora de refletir sobre a integridade das forças de segurança e como isso afeta a vida da comunidade. Você conhece outros casos de corrupção nas forças policiais? Compartilhe sua opinião nos comentários.
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