O Supremo Tribunal Federal (STF) solicitou, na última sexta-feira (13/6), que a defesa de Klepter Rosa Gonçalves, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, esclareça o motivo pelo qual ele teria desrespeitado medidas cautelares no âmbito da investigação relacionada aos eventos de 8 de janeiro. Esse descumprimento foi identificado em abril deste ano.
Embora o pedido não tenha especificado as medidas violadas, o ministro relator do processo, Alexandre de Moraes, enfatizou: “Intimem-se os advogados constituídos por Klepter Rosa Gonçalves para prestar esclarecimentos sobre os descumprimentos das medidas cautelares impostas, sob pena de decretação imediata da prisão.”
Klepter é um dos sete policiais militares do DF que se tornaram réus no STF por suposta omissão durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Sua postura em relação às medidas estabelecidas agora levanta sérias questões sobre sua responsabilidade e integridade no cargo que ocupava.
Julgamento adiado
Na última quarta-feira (11/6), a Suprema Corte decidiu retirar de pauta o julgamento da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal, que estava previsto para ocorrer na sexta-feira (13/6). Até o momento, uma nova data para a sessão não foi definida.
Quem são os réus?
- Coronel Fábio Augusto Vieira – Ex-comandante-geral da PMDF em 8 de janeiro;
- Coronel Klepter Rosa Gonçalves – Subcomandante na mesma data, assumiu o comando-geral após;
- Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto – Comandante do Departamento de Operações em 8 de janeiro, mas em licença desde 3 de janeiro;
- Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra – No comando do Departamento em substituição a Naime;
- Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues – Chefe do 1º Comando de Policiamento Regional em 8 de janeiro;
- Major Flávio Silvestre de Alencar – Atuou nas operações do dia;
- Tenente Rafael Pereira Martins – Também presente nas ocorrências de 8 de janeiro.
Condenação
Em fevereiro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao STF a condenação da cúpula da PMDF, alegando que houve “proposital omissão” durante os eventos na Praça dos Três Poderes. Para a PGR, o impacto dos atos não afetou apenas a estrutura física, mas comprometeu seriamente a confiança da população nas instituições democráticas.
“O sentimento de insegurança e impunidade instaurado após os eventos de 8 de janeiro pode gerar um ciclo vicioso de violência e radicalização. A falta de uma resposta adequada pode levar à descrença nas instituições democráticas”, alertou a PGR.
Além da perda dos cargos, a PGR também requereu a imposição de multas para reparar os danos causados pelos crimes no dia.
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