ANCESTRALIDADE
No Dia dos Namorados, um convite à reflexão sobre relacionamentos fora da monogamia
Por Isabela Cardoso
12/06/2025 – 12:40 h

Viviane, Daniela, Gabriel e Laila vivem um relacionamento singular no Brasil –
O Dia dos Namorados, muitas vezes associado a jantares românticos e presente de flores, ganha uma nova perspectiva através da experiência de Gabriel Olá?rewájú Swahili, professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Faced-UFBA). Ao lado de suas três esposas, ele propõe um modelo de relacionamento que desafia as normas ocidentais de amor e união.
Uma Nova Visão sobre Família
“Não sou monogâmico, mas também não quero que meus relacionamentos sejam fonte de sofrimento”, compartilha Gabriel sobre sua escolha de viver com Laila Ifadamilare Swahili, Daniela Ifaperewa Swahili e Viviane Ifasewa Swahili. Essa união se baseia na ancestralidade africana e nos princípios de cuidado, compromisso e verdade, rompendo com a lógica de posse que caracteriza o amor nas sociedades contemporâneas.
A cada uma delas eu expliquei meu propósito antes mesmo de nos beijarmos a primeira vez… e elas toparam, então começamos a construir.
Esse projeto de vida foi consolidado em conferências na África e se enfatiza pelo carinho mútuo e colaboração diária. Apesar de viverem em casas separadas, todos compartilham responsabilidades parentais e costumes comuns.
Equilíbrio e Relações Humanas
A convivência no lar plural, segundo Gabriel, não se resume a ideais românticos. “Temos amizade, rivalidade… não é um conto de fadas. A realidade é complexa.” A busca pelo equilíbrio, sem cair em uma mentalidade competitiva, é um dos grandes desafios dessa configuração familiar.
Vivemos em uma cultura onde é fácil descartar relacionamentos… Esse ciclo de busca incessante por novos laços desvia do comprometimento verdadeiro, que é essencial.
Na dinâmica familiar, as relações entre Gabriel e suas esposas são independentes. Ele se relaciona afetivamente com cada uma, mantendo um ambiente de colaboração e suporte mútuo.
Uma Crítica ao Tabu e Preconceito
A realidade do professor e suas esposas enfrenta o peso do preconceito, especialmente em uma sociedade que costuma ver a poligamia como um tabu. Gabriel observa que seu modelo de vida não se encaixa nas definições comuns de poliamor ou monogamia. Para ele, a poliginia é um modelo que traz dignidade e apoio à estrutura familiar.
Construir relacionamentos verdadeiros implica em lidar com desafios que vão além dos padrões normais. Não me vejo fora da curva, mas como parte de um percurso ancestral.
Em um contexto histórico marcado por desigualdades e violência, Gabriel enfatiza a necessidade de restaurar laços familiares que foram destruídos por séculos de opressão. A verdade, como valor central, sustenta suas relações e reforça a importância da coletividade entre suas famílias.
A Realidade da Legalidade
No Brasil, a união de Gabriel e suas esposas não é reconhecida legalmente, mas eles celebraram compromissos em cerimônias religiosas, reafirmando seus laços familiares. O modelo que escolheram se destaca como uma forte crítica à hipocrisia social que muitas vezes rodeia as relações amorosas.
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