Quem diria que uma ex-modelo, com um passado de concursos de beleza, se tornaria uma das freiras mais comentadas nas redes sociais? Kamila Cardoso, mais conhecida como Irmã Eva, decidiu abraçar sua vocação religiosa aos 21 anos, deixando para trás os holofotes e a vida de glamour. A transição, no entanto, não foi isenta de desafios; a escolha pela vida religiosa foi uma fuga para a verdadeira essência de sua alma.
Nascida em Patos de Minas (MG) e atualmente morando em Brasília, na chácara Sol Nascente, Kamila vive entre 70 missionários da Comunidade Nossa Senhora Aparecida e Santa Catarina. A decisão de abandonar a carreira de modelo veio após uma tragédia familiar: a morte de seu pai, que a fez mergulhar em um profundo processo de luto. “A partir daquele momento, a fé se tornou meu refúgio”, relembra. A jovem, que iniciou sua carreira nas passarelas aos 8 anos, atribui a sua transformação à intensidade da dor e à busca por significado.
A resistência familiar foi um dos maiores obstáculos. Kamila fugiu de casa em busca de sua vocação, enfrentando o temor e a decepção da mãe, que sonhava com uma vida mais convencional para a filha, como modelo e futura mãe. “Com o tempo, minha mãe passou a entender que essa é uma vocação linda. Hoje, ela já visita a comunidade e apoia minha decisão,” conta.
A vida na congregação Sancta Dei Genitrix é repleta de desafios, mas também de beleza. Apesar dos votos de pobreza, castidade e obediência, Kamila acredita que é um privilégio seguir esse caminho. “Não é fácil, mas é uma experiência muito profunda. O que realmente me preenche é Jesus, e isso é inegavelmente gratificante,” afirma. Ela traz, inclusive, uma perspectiva diferente em relação à aparência: sua congregação permite o uso de maquiagem leve e esmaltes, unindo a fé à expressão pessoal.
Irmã Eva desafia o estereótipo tradicional de freiras, levando uma mensagem de que a beleza exterior também pode ser parte do serviço a Deus. “A maioria de nós é jovem e bonita. Jesus merece uma esposa que se apresente bem,” conclui, firmando sua identidade única no cenário religioso.
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