Em um desdobramento que chocou a população, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, tomou medidas drásticas após uma operação policial que resultou em tragédia. Neste domingo (8/6), ele exonerou dois coronéis da cúpula da Polícia Militar e afastou 12 policiais envolvidos na ação do Bope no Morro Santo Amaro, ocorrido durante uma festa junina na madrugada de sábado (7). A operação deixou um morto e deixou cinco pessoas feridas, incluindo o jovem Herus Guimarães Mendes, de 27 anos.
A decisão veio em resposta às intensas repercussões na comunidade, apenas 36 horas após o confronto. O coronel Aristheu de Góes Lopes, então comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), e o coronel André Luiz de Souza Batista, do Comando de Operações Especiais (COE), foram destituídos de seus cargos. O tenente-coronel Jaguaribe Ferreira Nascimento assumirá interinamente o Bope, enquanto o COE será temporariamente comandado pelo tenente-coronel Alex Benevenuto Santos.
Segundo informações da PM, 18 policiais participaram da ação, com 12 diretamente envolvidos no confronto. A Corregedoria da PM já iniciou a apuração do caso e as armas utilizadas foram enviadas para perícia. Câmeras corporais dos policiais também fornecerão evidências ao Ministério Público.
Herus, um office-boy muito querido na comunidade, saiu de casa para aproveitar a festa, mas foi baleado e não sobreviveu. Seu funeral, realizado neste domingo no Cemitério São João Batista, atraiu amigos, vizinhos e familiares, todos devastados pela perda.
Ao longo da tarde, moradores e familiares de Herus realizaram uma manifestação na Rua Pedro Américo, uma das principais vias de acesso ao morro, clamando contra a violência policial. A mobilização, contudo, foi abruptamente interrompida quando um motorista tentou furar a barreira de manifestantes e disparou duas vezes para o alto, sem deixar feridos.
Em postagens nas redes sociais, o governador Castro expressou seu pesar. “Me solidarizo com os familiares e amigos do jovem Herus Guimarães Mendes. Sei que palavras não vão trazer ninguém de volta, mas fica aqui a minha tristeza e indignação”, escreveu ele, ressaltando que tanto a Polícia Civil quanto a Corregedoria da PM investigarão o caso.
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