A riqueza cultural e religiosa da Bahia é intricada e multifacetada, como bem revela o verso de Dorival Caymmi em “365 Igrejas”. Embora Salvador, com suas 589 igrejas católicas, pareça ser um bastião da fé, os dados mais recentes revelam um cenário surpreendente. O Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que a capital não abriga a maior concentração de católicos do estado.
No topo da lista de cidades com maior proporção de autodeclarados católicos está Tanque Novo, na Chapada Diamantina, com impressionantes 93,8% de seus habitantes se identificando com a fé católica. Em um empate notável, Botuporã, no Sudoeste, também alcança os mesmos percentuais, seguido de perto por Dom Basílio, que apresenta 93,2% de católicos. Esses pequenos municípios juxtapõem-se à realidade das cidades mais urbanizadas, que exibem índices bem mais modestos.
Por outro lado, o estudo também destaca os municípios baianos onde o catolicismo está em declínio. Simões Filho, Catu e Dias D’Ávila, com 29,0% e 32,2% de católicos, respectivamente, ocupam as últimas posições, consolidando-se como as cidades menos católicas no estado, um status que já se mantinha desde 2010.
Em um dado alarmante, Salvador, com apenas 44,0% de sua população se identificando como católica, torna-se uma das 65 cidades baianas que não têm a maioria católica. Essa estatística marca um ponto de virada: pela primeira vez, menos da metade dos soteropolitanos se declara católica. Assim, mesmo com seu forte nome na esfera religiosa, a capital baiana possui a 6ª maior população católica do Brasil, mas ocupa apenas a 23ª posição em termos de participação entre as capitais, sendo superada por cidades como Teresina, Aracaju e Fortaleza.
Esses dados não nos dizem apenas sobre a mudança das crenças religiosas, mas também revelam uma transformação social mais ampla em curso. Como você vê essa evolução na fé e na identidade cultural da Bahia? Compartilhe sua opinião nos comentários!
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