A trajetória política de Lula é marcada por altos e baixos, repleta de desafios e reviravoltas. Desde sua primeira candidatura à presidência, Lula tem nutrido a ambição de ampliar sua base de apoio. Contudo, sua estratégia atual de inclusão de partidos do Centrão no governo, que não garantem votos robustos no congresso, levanta questões sobre sua eficácia e visão para o futuro.
Remontando a 1989, quando apenas o PT, o PC do B e o PSB se uniram a ele, a derrota para Fernando Collor foi um duro golpe. Já em 2002, aproveitando a fragilidade do Real e escândalos no governo Fernando Henrique Cardoso, Lula emergiu vitorioso com uma coalizão que incluía partidos que, à primeira vista, pareciam incompatíveis, como o PL, hoje associado à direita mais conservadora.
Embora em 2006 Lula tenha conquistado sua reeleição com o apoio de apenas três partidos, seu governo terminou em 2010 com a maior popularidade da história, permitindo a ascensão de Dilma Rousseff. No entanto, essa trajetória foi abruptamente interrompida em 2016, quando seu sucessor foi deposto pelo Congresso.
O contexto da eleição de 2022 foi marcante: uma coalizão imensa, abrangendo até dez partidos, que quase levou à derrota diante de Bolsonaro, um presidente historicamente raro na incapacidade de reeleição. Olhando para 2026, o cenário se torna nebuloso. Lula parece estar novamente voltando a um nicho restrito da esquerda, enquanto o choque de interesses no Congresso sugere que os próximos governantes não terão o terreno fácil que desejam.
Ciente dos desafios, Lula já afina seu discurso, buscando reconectar-se à esquerda da qual se afastou. Porém, a simples convocação de aliados não será suficiente para restaurar a esperança de vitória. Sem uma perspectiva clara de sucesso à vista, a iminente derrota poderá ser uma realidade inevitável.
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