Serviço voltado a cegos é fechado por Tarcísio para atender autistas

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Em uma decisão impactante, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) encerrou as atividades do único serviço estatal de acolhimento social para pessoas com deficiência visual em São Paulo. Esta ação, que visa abrir um novo centro voltado à população autista, gerou um debate intenso sobre a troca de prioridades na assistência social.

O Serviço de Reabilitação Lucy Montoro Jardim Humaitá, que proporcionava diversas atividades culturais, de lazer e inclusão para pessoas cegas e com baixa visão, foi oficialmente desativado. O novo Centro TEA Paulista foi inaugurado em 4 de junho, com a presença do governador e outras autoridades, mas deixou muitos ex-usuários do serviço sem a assistência que tanto necessitavam.

Com o fechamento, os antigos pacientes foram movidos temporariamente para a unidade do Centro Lucy Montoro no Hospital das Clínicas. Embora estejam recebendo atenção médica, as atividades de acolhimento social foram suspensas. Existe a perspectiva de realocação desses pacientes para outra unidade na Lapa, que, no entanto, ainda está em reforma e não terá as mesmas atividades que o Humaitá oferecia.

A desassistência levou usuários, como Ricardo Silva Bezerra, de 46 anos, a expressar sua frustração. “Apenas trocar um atendimento por outro não resolve a situação. Muitas pessoas dependiam do suporte psicológico e das atividades que o serviço proporcionava para o seu bem-estar,” comenta Ricardo, refletindo a preocupação de muitos enquanto adversidades se acumulam com o fechamento.

“Os serviços de saúde do Lucy Montoro [do Humaitá] agora serão coordenados na unidade Lapa, que está passando por uma reforma significativa. As atividades de acolhimento social, como o popular tanque vôlei, poderão ser realizadas aqui [no Centro TEA]. Portanto, mesmo após o fechamento, ainda teremos um ambiente acolhedor para as pessoas com deficiência,” afirma Marcos da Costa, secretário de Estado da Pessoa com Deficiência.

Com o fechamento do Humaitá, que em 2024 registrou mais de 6 mil atendimentos, fica ainda mais evidente a fragilidade do sistema de apoio às pessoas com deficiência visual em São Paulo. Os serviços de orientação e mobilidade, antes essenciais, foram completamente extintos ao longo do corrente ano.

O Centro TEA, que foi inaugurado como parte de uma promessa do prefeito Ricardo Nunes (MDB), representa um avanço necessário no apoio à população autista. No entanto, o dilema se configura na aposta direta de substituir uma necessidade vital por outra. Questiona-se se, realmente, essa troca é a melhor solução para todos os envolvidos.

A situação do fechamento do serviço para inadequados contrasta com as expectativas futuras: o estado pretende implementar um centro para cada região administrativa de São Paulo até 2028. Será que a inclusão social poderá de fato acontecer, ou estaremos apenas trocando uma exclusão por outra?

Deixamos um espaço aberto para você expressar sua opinião: o que você acha sobre essa mudança? Sua voz é importante nesta discussão sobre inclusão e assistência social.

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