No coração do Parque Metropolitano de Pituaçu, em Salvador, um terreiro de candomblé, o Ilê Axé Oya Onira’D, foi demolido nesta segunda-feira (9) em uma operação orquestrada pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). A ação mobilizou uma força-tarefa que incluiu diversas entidades governamentais, mas foi recebida com grande perplexidade pelos integrantes do espaço religioso, que alegaram não ter recebido aviso prévio.
Naiara de Oya, a ialorixá do terreiro, expressou sua indignação, afirmando que havia enviado documentos ao Inema manifestando sua intenção de adquirir a área. Apesar disso, o instituto se defendeu, esclarecendo que a estrutura ocupava, de forma irregular, uma Área de Proteção Permanente (APP) desde dezembro de 2024, conforme detectado em fiscalizações anteriores.
O Inema destacou, ainda, os impactos ambientais que a construção teria gerado, como risco de contaminação do solo e descarte inadequado de resíduos. Em janeiro de 2025, uma notificação extrajudicial foi emitida, pedindo a desocupação voluntária da área, mas os desdobramentos posteriores acabaram culminando na demolição.
A situação provocou a indignação de diversos membros da comunidade e agora será levada às autoridades competentes, como o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a Delegacia de Crimes Raciais e Religiosos. Gabas Machado, conselheiro do Parque Pituaçu, já sinalizou sua intenção de denunciar a ação.
Além do Inema, participaram da operação órgãos como a Casa Civil, a Secretaria de Administração do Estado da Bahia, e a Polícia Militar, evidenciando a magnitude da ação. A demolição destaca a tensa relação entre regulamentação ambiental e os cultos de origem africana, levantando questões sobre direitos e respeitos à diversidade cultural.
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