Terreiro em área de proteção ambiental é demolido em Salvador

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Na última segunda-feira (9), uma cena de lamento e indignação tomou conta do Parque Pituaçu, em Salvador. O terreiro de candomblé Ilê Axé Oya Onira’D, um espaço sagrado que há oito anos abrigava rituais e cultos, foi demolido em uma operação coordenada pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e outras secretarias estaduais. A decisão, tomada sem aviso prévio aos membros da comunidade religiosa, gerou um clima de dor e resistência, simbolizando um choque entre a proteção ambiental e a valorização cultural.

De acordo com o Inema, a demolição tinha como base a alegação de que a estrutura ocupava uma Área de Proteção Permanente (APP) e apresentava irregularidades. O órgão destacou que monitorava a situação desde dezembro de 2024 e que a operação foi necessária para preservar os frágil fragmentos de Mata Atlântica da região. Apesar das justificativas, a líder religiosa, Naiara de Oyá, contestou a medida. Ela declarou que possuía documentos que comprovavam a intenção de compra da área e que o terreiro estava estabelecido por direito, reforçando a presença de uma ancestralidade que não pode ser ignorada.

O ato da demolição, que surpreendeu os filhos de santo, gerou um intenso descontentamento na comunidade. Ao chegarem ao local, encontraram objetos sagrados jogados ao chão, um ato que Naiara considerou um profundo desrespeito aos rituais e à cultura. “Existem dias apropriados para tocar ou mover cada item; o que ocorreu aqui não respeitou nossa ancestralidade”, ressaltou. Esse sentimento de indignação foi ecoado por Gabas Machado, conselheiro do Parque Pituaçu, que se disse disposto a levar a situação ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) e à Delegacia de Crimes Raciais e Religiosos.

Enquanto a Polícia Militar da Bahia e outros órgãos estaduais estiveram envolvidos na operação de demolição, entre eles a Casa Civil e a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, a questão da coexistência entre proteção ambiental e a cultura afro-brasileira continua a suscitar debates. A comunidade clama por um diálogo que respeite suas tradições e permita que espaços como o terreiro Ilê Axé Oya Onira’D possam existir sem serem alvo de ações coercitivas.

Essa história nos leva a refletir sobre o papel das políticas públicas na salvaguarda tanto do meio ambiente quanto dos patrimônios culturais. O que você pensa sobre essa situação? Que soluções poderiam ser encontradas para promover a harmonia entre a proteção da natureza e a valorização das tradições locais? Deixe seu comentário e participe dessa discussão!

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