Acervo conta com mais de 15 mil metros lineares de documentos históricos –
Na busca pela memória e pela história do Brasil, a Universidade Católica do Salvador (UCSal) apresenta a exposição “A Igreja nas lutas da Independência da Bahia”, que se realiza entre 30 de junho e 04 de julho, na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). Este evento destaca documentos inéditos que revelam a complexa relação da Igreja Católica com momentos cruciais da nossa história.
O Laboratório de Conservação e Restauração Reitor Eugênio Veiga (LEV) abriga um acervo impressionante, com mais de 15 mil metros lineares de registros que vão desde 1551 até os dias atuais. Este espaço, reconhecido nacionalmente, é um ponto de encontro para pesquisadores de todo o mundo, ansiosos por desvendar as narrativas esquecidas da vida religiosa e eclesiástica na Bahia.
Esta exposição não apenas ressalta a importância da Igreja na Independência da Bahia, mas também em outros eventos históricos, como a Abolição da Escravidão e a Proclamação da República. A parceria entre a UCSal e a Arquidiocese de São Salvador, iniciada em 2001, é a base para a preservação desses arquivos que guardam a memória coletiva do povo brasileiro.

Certidão de óbito de Maria Quitéria | Foto: Divulgação
“Esse acervo guarda a memória do próprio povo brasileiro”, afirma Deivid Lorenzo, reitor da UCSal.
Com a diversidade dos documentos, ele convida todos a refletirem sobre a história e o futuro do Brasil: “Há registros de relações escravocratas, de gênero, etárias e étnicas, que revelam e ressignificam as dinâmicas sociais do nosso país.”

Deivid Lorenzo, reitor da UCSal | Foto: Divulgação
Segundo Álvaro Pinto Dantas de Carvalho Júnior, coordenador do LEV, “a missão do laboratório é conservar essas obras que testemunham séculos de memória religiosa, social e política do Brasil.”
Descobrindo Arquivos Inéditos e Marcos da História Brasileira
Entre os tesouros expostos, podem ser encontrados fotos raras, registros de crimes e denúncias, plantas de igrejas antigas, partituras do século XIX e muito mais. Essas relíquias não são apenas relíquias históricas; elas representam as lutas e transformações que moldaram nossa nação.
Um dos documentos mais antigos expostos é um registro de batismo da freguesia de Nossa Senhora de Paripe, que ilustra a presença da Igreja no movimento de 2 de Julho, a emblemática data da Independência da Bahia.

Carta de Alforria do escravizado Conrado concedida pelo Vigário Antônio Martins da Silva Teles (1887) | Foto: Divulgação
“A Igreja atuou como força mobilizadora e legitimadora do processo libertário, influenciando líderes e a população local”, explica Dantas, ressaltando a presença da Igreja como parte integrante da sociedade civil, ao lado de indígenas e escravizados.

Discurso de D. Luís Antônio dos Santos no dia da assinatura da Lei Áurea (13 de maio de 1888) | Foto: Divulgação
A exposição também destaca registros das leituras da Lei Áurea durante as missas, assegurando que a população, incluindo os senhores de escravos, estivesse ciente do novo decreto, além de refletir sobre o período da Proclamação da República e a transição para o Estado laico.
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