Em uma declaração impactante, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou sua partida para a Europa, onde pretende “denunciar em todas as Cortes” a suposta “ditadura do Brasil”. A parlamentar, com cidadania europeia, não revelou sua localização atual, mas expressou seu propósito de levar sua mensagem a diversos países.
“Vou levar isso em todos os países da Europa. Vou denunciar em todas as Cortes que a gente tiver na Europa”, revelou a deputada em conversa com o canal AuriVerde Brasil no YouTube.
Zambelli confirmou que está fora do Brasil desde a busca por um tratamento médico que já realizava anteriormente, decidindo também por se afastar do cargo durante sua estadia no exterior. A sua decisão vem após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ter imposto uma pena de 10 anos de prisão e a perda de mandato, relacionada à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Apesar da condenação, a deputada continua com o direito de viajar, já que seu passaporte foi liberado pelo STF e não existem restrições durante a fase recursal. “Estou muito tranquila em relação a isso. Gostaria de deixar claro que não é um abandono do país. Ao contrário, é uma resistência”, afirmou Zambelli, prometendo retornar à sua essência antes das limitações que, segundo ela, a “ditadura” impôs.
A luta continua
Embora tenha sido determinada a perda de mandato pela Corte, a deputada ainda mantém seu cargo, pois tal medida deve ser oficializada pela Câmara dos Deputados. No entanto, cabe ressaltar que a inelegibilidade de Zambelli está valendo por um período de oito anos.
A defesa da parlamentar entrou com um recurso contestando a decisão, apontando cerceamento de defesa ao não ter acesso completo a provas relevantes, incluindo cerca de 700 GB de dados armazenados em uma plataforma digital. O recurso solicita que o STF reconheça essa situação e conceda acesso integral aos documentos, almejando a absolvição da deputada.
A defesa ainda pleiteia o afastamento de outras consequências da condenação, como a perda do mandato.
O caso da invasão ao CNJ
A condenação de Zambelli está atrelada a um caso de invasão nos sistemas do CNJ, ocorrida em janeiro de 2023. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), a deputada foi apontada como a mente por trás da ação, que gerou a emissão de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
Conforme a Polícia Federal, o ataque cibernético foi executado pelo hacker Walter Delgatti Neto, que admitiu ter atuado sob a orientação de Zambelli. Ele recebeu um texto escrito por ela para inserir no sistema e pagamentos somando ao menos R$ 13,5 mil.
A sentença da Suprema Corte prevê a perda do mandato da parlamentar após o esgotamento dos recursos legais, apenas quando a decisão se tornar definitiva.
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