Juiz tem promoção negada e acusa desembargador com quem brigou no futebol de prejudicá-lo

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Um desentendimento esportivo no gramado se transforma em um drama judicial. O juiz Ariovaldo Corrêa, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), alega ter sido prejudicado em seu processo de promoção a desembargador em decorrência de uma briga com o desembargador Jairo Quadros. A acusação de Ariovaldo surgiu após a decisão de não promovê-lo, levando-o a solicitar a anulação do julgamento, que classificou como “viciado” e opaco.

Ariovaldo, que atua na 1ª Vara de Direitos Difusos de Campo Grande, afirma que a presença de “desafetos” na banca de avaliação, especialmente Quadros, comprometeu a imparcialidade do julgamento. O desentendimento, que ocorreu em maio durante uma partida de futebol, envolveu um confronto verbal em que Jairo, mesmo não jogando, se dirigiu a Ariovaldo de maneira intimidatória, culminando em uma suposta agressão física.

Na sequência da disputa, Ariovaldo destacou um fato curioso: Jairo é coordenador de segurança no TJMS, e no dia anterior ao confronto, o juiz estava sob proteção policial devido a ameaças relacionadas ao seu trabalho. “É inadmissível que quem desrespeita a integridade física de um magistrado participe de um julgamento tão crítico”, sustentou Ariovaldo em sua petição ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul
Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

O processo de promoção, realizado em abril, tinha como destaque o juiz Alexandre Branco Pucci, que foi empossado imediatamente após o resultado. Ariovaldo, que esperava uma pontuação elevada devido a suas credenciais, foi surpreendido ao ver notas que variavam drasticamente. Ele levanta questões sobre a falta de transparência nos critérios de avaliação e a presença de possíveis “desafetos” entre os avaliadores.

Além disso, Ariovaldo mencionou o conturbado momento do TJMS, reflexo da operação Ultima Ratio da Polícia Federal, que investiga supostos desvios de conduta entre desembargadores. Esse contexto levantou questionamentos sobre a legitimidade das decisões tomadas no tribunal e a influência de grupos envolvidos em práticas inadequadas. “As ações dos desembargadores não parecem isoladas, mas parte de um esquema organizado”, insistiu.

Enquanto o CNJ ainda não avaliou o pedido de providências, o conselheiro relator, Pablo Coutinho Barreto, já determinou que o TJMS se manifeste sobre as alegações e apresente o processo de promoção na íntegra. O desfecho desse imbróglio não apenas pode afetar o destino de Ariovaldo, mas também acentuar as tensões e incertezas que rondam o tribunal.

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