Marina Silva, atual ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, vivenciou uma nova onda de ataques durante sua presença na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Convocada para discutir os desafios das queimadas e do desmatamento, a ministra não apenas enfrentou acusações implacáveis, mas também ofensas pessoais que refletem a hostilidade que muitas mulheres na política ainda enfrentam.
O deputado Evair Vieira Melo (PP-ES) proferiu insultos, chamando Marina de “adestrada” e “mal-educada”. Ele questionou sua experiência e a acusou de estar alinhada a interesses de organizações não governamentais. Em resposta, Marina manteve a compostura e declarou que prefere “receber injustiça a praticar injustiça”, enfatizando que estava em paz após ter se preparado espiritualmente para o encontro.
Outros parlamentares não hesitaram em acrescentar suas críticas, com Zé Trovão (PL-SC) chamando-a de “vergonha como ministra” e Capitão Alberto Neto (PL-AM) sugerindo que deveria renunciar. Rodolfo Nogueira (PL-MS) não ficou atrás, descrevendo sua gestão como um dos momentos mais desastrosos para a política ambiental brasileira.
Apesar da hostilidade, os dados mais recentes mostram progressos em relação ao desmatamento: 10.36 mil km² em 2022, 9.06 mil km² em 2023 e uma queda adicional para 6.28 mil km² em 2024. Contudo, o Instituto Amazon revelou que a degradação florestal, que inclui queimadas e extração irregular de madeira, atingiu níveis alarmantes, com um aumento de 497% em comparação ao ano anterior.
Marina também destacou o impacto das condições climáticas, especialmente a severidade da seca, que alimentou os incêndios florestais. Em 2024, o Brasil sofreu uma perda impressionante de 30 milhões de hectares devido a queimadas, superando em 62% a média histórica. O pico ocorreu de agosto a outubro, com setembro sendo particularmente devastador.
Essa não é a primeira vez que a ministra enfrenta ataques. No fim de maio, ela deixou uma audiência no Senado após comentários machistas, onde o senador Plínio Valério (PSDB-AM) insinuou que o respeito deveria ser reservado ao gênero feminino, mas não à ministra. A falta de um pedido de desculpas fez com que Marina optasse por se retirar da sessão.
A história de Marina é um poderoso lembrete dos desafios que muitas mulheres enfrentam na política. Sua determinação é exemplar, e as reações que provoca demonstram a urgência de uma mudança cultural em nossos espaços de poder. Como você vê essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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