Casos de raiva em morcegos no DF são confirmados e esclarecidos por bióloga

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

Recentemente, a confirmação de dois casos de raiva em morcegos frugívoros no Distrito Federal acendeu um sinal de alerta nas autoridades de saúde. A Secretaria de Saúde do DF informou que os morcegos, da espécie Artibeus lituratus, foram encontrados em áreas urbanas de Sobradinho e Planaltina, após terem contato com cães. Importante mencionar que não houve exposição humana.

A bióloga Gabriela Toledo, da Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses, destacou que esses casos são considerados isolados, mas a circulação do vírus em animais silvestres requer vigilância constante. “A presença dessa espécie no laboratório acende um alerta, pois indica que o animal pode estar doente”, explicou. A vigilância da raiva em morcegos no DF já acontece desde a década de 1980, e apesar dos registros anuais da doença, não houve casos de raiva em cães e gatos desde o ano 2000.

Após a confirmação, correu o boato de que os morcegos eram hematófagos, ou seja, se alimentariam de sangue. Gabriela prontamente corrigiu essa informação, esclarecendo que eles são frugívoros e não representam risco quando se comportam normalmente. Ela também enfatizou a importância dos morcegos no ecossistema, mencionando suas funções essenciais, como polinização e controle de insetos, reforçando que não é necessário matar os morcegos com base nesses diagnósticos positivos.

Após a detecção dos casos, os cães que tiveram contato com os morcegos estão sendo monitorados e seguem o protocolo de acompanhamento, que inclui vacinação e observação por até 180 dias.

Gabriela orienta a população: ao encontrar um morcego suspeito, não se deve manipulá-lo. A recomendação é isolar o animal com segurança, usando um balde ou caixa de papelão, e entrar em contato imediatamente com a Zoonoses. Acidentes com animais silvestres devem ser avaliados em qualquer Unidade Básica de Saúde, que decidirá sobre a necessidade de vacina ou soro.

A vacinação preventiva é vital para prevenir a raiva, que embora rara, continua sendo uma doença letal na maioria dos casos após o início dos sintomas. O Brasil registrou quatro casos de raiva humana em 2023, três deles associados a morcegos.

Aqui estão algumas orientações essenciais:

  • Não toque em morcegos caídos ou visivelmente doentes.
  • Acione a Zoonoses: (61) 3449-4434, (61) 3449-4432 ou por e-mail ([email protected]).
  • Isole o animal para evitar contato com crianças e pets até a chegada da equipe técnica.
  • Em caso de mordedura, lavem o ferimento com água e sabão e procurem uma UBS imediatamente.
  • Vacinem cães e gatos anualmente contra raiva, pois a prevenção é a melhor defesa.

Você já teve alguma experiência com morcegos ou sabia sobre a importância deles no ecossistema? Compartilhe suas histórias ou dúvidas nos comentários!

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Primeira unidade inteligente do SUS será no hospital da USP

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) será a sede do primeiro Instituto Tecnológico de Emergência...

Estudo mostra que inflamação no cérebro pode ser chave do Alzheimer

Uma pesquisa liderada pelo neurocientista Eduardo Zimmer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mostra que a inflamação cerebral pode ser...

Ultraprocessados já são quase um quarto da alimentação dos brasileiros

O consumo de ultraprocessados na alimentação dos brasileiros aumentou significativamente, passando de 10% nos anos 80 para 23% atualmente. Este alerta é trazido...