Durante uma audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, abordou questões cruciais sobre a política monetária do Brasil. Ele enfatizou a necessidade de ampliar o acesso ao crédito com melhores condições, alertando que muitas famílias recorrem ao crédito rotativo, que é emergencial e oneroso.

Galípolo ressaltou que o crédito emergencial deve ser usado apenas em situações de verdadeira necessidade, refletindo sobre as distorções na transmissão da taxa Selic em certas modalidades de crédito. Ele observou que, paradoxalmente, taxas de juro elevadas podem tornar algumas opções de crédito mais acessíveis, mas isso penaliza as famílias já endividadas.

O presidente do BC também chamou a atenção para a participação crescente das instituições financeiras não bancárias (NBFIs) e o impacto que isso pode ter na volatilidade das taxas de juros. Ele destacou a importância de revisar o arcabouço regulatório do Banco Central para lidar com esses novos atores do mercado financeiro.

Além dos desafios do crédito, Galípolo afirmou que o IPCA e os núcleos de inflação estão próximos de 5,3% e 5,2%, um nível que não é aceitável para a meta de 3%. Ele criticou propostas que buscam flexibilizar a perseguição a essa meta. Em sua visão, a inflação, que atualmente afeta a economia, é disseminada, com 72,5% dos itens acima do objetivo estabelecido.

Em destaca, ele discutiu a necessidade de uma política monetária restritiva o suficiente para atingir a meta de inflação. Galípolo acredita que o Brasil precisa de uma série de medidas para equilibrar taxas de juros e inflação. Ele também reafirmou que o Banco Central não flexibilizará sua meta de inflação, reforçando que a sobrevivência da moeda é crucial para o bem-estar da população.

O presidente do Banco Central concluiu que a combinação de um câmbio flutuante e um controle rígido da inflação é essencial para a estabilidade econômica do país. Ele reforçou que a autonomia da instituição deve ser garantida, independentemente de seus líderes, enfatizando que o foco deve ser sempre a preservação do poder aquisitivo dos brasileiros.

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