Arquivo Público da Bahia usa IA para reconstruir rostos de pessoas escravizadas

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O Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB) está liderando uma iniciativa inovadora e comovente, chamada **Fragmentos de Memória**, no intuito de resgatar a vida de pessoas escravizadas durante a Bahia Colonial e Imperial. Integrada ao programa Resgate Ancestral, essa ação transforma registros burocráticos em retratos póstumos, humanizando figuras cuja história muitas vezes foi esquecida.

Sob a supervisão de seu diretor, Jorge X, e com a gestão de Adalton Silva, a equipe do projeto trabalha arduamente para entregar resultados significativos em novembro, durante a campanha do Novembro Negro. O processo é dividido em três fases: a primeira envolve a digitalização de documentos, como passaportes de pessoas escravizadas e cartas de alforria, criando uma base sólida para o trabalho de resgate.

A segunda etapa é a transcrição paleográfica, onde esses registros são reescritos de forma legível. Essa fase também inclui uma pesquisa de referências visuais, buscando dados que complementem as descrições históricas. As contribuições de artistas como Jean Baptiste Debret e Marc Ferrez são vitais, contribuindo com representações visuais e enriquecendo a narrativa por trás de cada registro.

Nessa base de informações, a equipe começa a criar comandos específicos para a Inteligência Artificial. Através de uma metodologia cuidadosa, que fortalece o caráter colaborativo da pesquisa, serão gerados retratos que refletem a história e a cultura desses indivíduos. As parcerias com o ateliê Memória & Arte, coordenado pela Dra. Vanilda Salignac de Sousa Mazzoni, são essenciais para garantir a precisão da transcrição e a qualidade das imagens finais.

Atualmente, o projeto está concentrado em coletar e organizar recursos visuais, restaurando fotografias e gravuras que servirão como referência. Desde julho até setembro de 2025, o banco de dados visual será ampliado e as primeiras gerações de retratos em maior escala ocorrerão. Conteúdos adicionais passarão por curadoria colaborativa em outubro, preparando tudo para um lançamento impactante em novembro.

Como uma das principais instituições arquivísticas do Brasil, apenas atrás do Arquivo Nacional, o APEB reafirma seu compromisso com a preservação da memória histórica. Este projeto não apenas dá vida a registros esquecidos, mas também convida a sociedade a refletir sobre a história e identidade coletiva.

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