A Rodoeste Transporte e Turismo LTDA, envolvida em um escândalo de fraude, continua a manter um contrato de impressionantes R$ 10 milhões com a Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB). A empresa foi acusada de apresentar um documento falso em nome da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab) para justificar a ocupação de um terreno público em Ceilândia.
De acordo com dados disponíveis no Portal da Transparência, a Rodoeste recebeu R$ 10,290 milhões apenas em sete meses de 2025, reforçando a magnitude de sua atuação no setor. Um relatório do Ministério Público de Contas (MPC) indica que a empresa poderia estar operando em conluio com outras do mesmo grupo familiar, visando adulterar o caráter competitivo das licitações públicas.
Embora tenha recebido esses altos valores, a Rodoeste já foi inscrita na dívida ativa do Governo Federal devido a multas trabalhistas, que somam mais de R$ 45 mil. O empresário Pedro Henrique Veiga de Oliveira, um dos sócios da Rodoeste, é filho de Ronaldo de Oliveira, um nome já condenado por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro público.
Além disso, outras empresas ligadas a esse grupo, como Izabely Transportes e Oliveira Transportes e Turismo, também possuem contratos substanciais com a TCB, reforçando um padrão questionável. A Rodoeste se tornou o centro de investigações do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), que analisa várias irregularidades em seus contratos com o governo.
No final de junho deste ano, o Metrópoles revelou que a Rodoeste utilizou um documento fraudulento para justificar a ocupação de um terreno, inclusive invadindo uma área de preservação permanente. A Codhab, em resposta, negou a legitimidade desse documento e alertou que qualquer autorização apresentada poderia ser uma fraude, pedindo que as autoridades fossem informadas imediatamente.
Apesar da negativa, a Rodoeste permanece ocupando a área, que serve como garagem para sua frota de ônibus. Embora um acordo para desocupação tenha sido estipulado, a empresa continua no local, demonstrando um desrespeito às regras estabelecidas.
Ainda mais intrigante é a história da fraude no sistema de bilhetagem, onde a Rodoeste foi envolvida em um esquema que resultou na anulação de uma de suas licitações em 2018, após uma investigação do TCDF. Durante este período, a Polícia Civil deflagrou a Operação Trickster, que revelou um esquema de desvio de mais de R$ 1 bilhão através de fraudes no sistema de bilhetagem do Transporte Urbano do DF (DFTrans).
Porém, mesmo com a prisão preventiva de alguns dos envolvidos, a Rodoeste manteve seus contratos com a TCB. A operação também expôs um sistema elaborado para lavar dinheiro, onde Ronaldo de Oliveira teria utilizado um supermercado e contas de laranjas, incluindo seus próprios filhos, para viabilizar suas ações fraudulentas.
Diante dessa trama complexa, a Rodoeste e seus proprietários continuam a operar, mesmo sob a sombra de investigações sérias. O Metrópoles ainda aguarda um retorno da TCB e da Rodoeste, mantendo espaço aberto para quaisquer esclarecimentos futuros.
Essa situação levanta questões críticas sobre a integridade dos contratos públicos e a necessidade de uma supervisão mais rigorosa nas relações entre empresas e governo. O que você pensa sobre essa situação? Deixe suas opiniões nos comentários!
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