No último domingo, o barco Handala, fretado pelo movimento “Flotilha da Liberdade”, desembarcou no porto de Ashdod, Israel, após ser interceptado na noite anterior pelo exército israelense. A embarcação, que tinha como destino Gaza, transportava ajuda humanitária destinada à população palestina, conforme relatou um jornalista da AFP presente no local.
A interceptação resultou na detenção dos 19 ativistas e dois jornalistas internacionais a bordo, que representavam 10 países. Entre eles, destacam-se duas parlamentares do partido francês La France Insoumise: a eurodeputada Emma Fourreau e a deputada Gabrielle Cathala. A ONG israelense Adalah, que se especializa em assistência jurídica, anunciou que, após 12 horas em alta-mar, as autoridades confirmaram a chegada do Handala ao porto.
Apesar das tentativas de Adalah de garantir acesso jurídico aos detidos, as autoridades israelenses negaram a entrada dos advogados, o que gerou forte indignação. A ONG declarou que a missão dos ativistas era pacífica, buscando romper o bloqueio considerado ilegal por Israel, e que a detenção da embarcação em águas internacionais representa uma clara violação do direito internacional.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel reconheceu a interceptação, afirmando que a marinha impediu o barco de entrar nas águas de Gaza. Enquanto isso, uma transmissão ao vivo feita pelos ativistas mostrava a abordagem dos soldados israelenses no Handala. Antes da detenção, os passageiros já haviam anunciado que iniciariam uma greve de fome caso fossem interceptados.
Jean-Luc Mélenchon, líder do La France Insoumise, se manifestou veementemente contra a operação israelense, criticando o envolvimento da França, e convocou o governo a agir em vez de se submeter às ordens de Netanyahu. O Handala, partindo do sul da Itália em 13 de julho, visava quebrar o bloqueio à Faixa de Gaza, transportando alimentos e materiais médicos para uma população devastada por intensa crise humanitária.
Vale lembrar que esta não é a primeira ação da “Flotilha da Liberdade”. O barco Madleen, o primeiro enviado pela organização, também foi interceptado pela marinha israelense em junho, com militantes a bordo, incluindo a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, sendo forçados a abandoná-lo.
Esta recente interceptação ocorreu logo antes do anúncio de uma “pausa tática” nos combates, que permitiu a entrada de ajuda humanitária em Gaza pela primeira vez em meses. Diante da pressão internacional, Israel também começou a lançar alimentos ao território palestino. Quais são suas opiniões sobre essas ações? Deixe seu comentário abaixo!
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