Nos últimos dez anos, o número de registros de Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs) no Distrito Federal disparou incríveis 2.400%. Em 2014, apenas 45 certificados foram emitidos; em 2024, esse número saltou para 1.146. Esses dados revelados pela Polícia Federal (PF) são um reflexo de uma transformação significativa na política de armamento no Brasil.
A PF assume desde 1º de julho a responsabilidade pelos processos relacionados a CACs, e, somente entre janeiro e julho deste ano, 513 novos registros foram expedidos. O Certificado de Registro (CR) é essencial para quem busca se dedicar ao tiro esportivo ou à caça, autorizando a aquisição, registro e transporte de armas permitidas.
Curiosamente, 93% desses registros no DF têm finalidade desportiva, refletindo o crescente interesse pela prática de tiro em clubes e competições. Para obter o CR, é necessário cumprir rigorosos requisitos de idoneidade e segurança, além de comprovar capacidade técnica e psicológica.
O especialista em segurança pública e direito militar, Berlinque Cantelmo, observa que a ascensão dos CACs no DF não é um fenômeno isolado — é um reflexo de uma mudança nacional que se intensificou a partir de 2017. Sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as políticas de acesso às armas foram amplamente flexibilizadas, criando um cenário propício para esse crescimento nas regiões com população com maior renda e interesse em armamento.
O Panorama das Armas Registradas
O Distrito Federal conta atualmente com 41.624 armas registradas por CACs, um número que se aproxima da população do Lago Norte, com 41.778 moradores. Dentre elas, 34.953 estão sob o controle de atiradores desportivos, seguidas por caçadores (4.476) e colecionadores (2.195). Além disso, cerca de 55,3% das armas registradas são de uso restrito, conforme a legislação vigente.
Em relação aos tipos de armamento, a predominância é de pistolas (22.342), carabinas (9.291) e revólveres (5.360), compõem o arsenal disponível entre os CACs.
Novas Restrições
Recentemente, o decreto do governo de Lula estabeleceu novos limites para a aquisição de armas e munições. Para os CACs, o número máximo de armas foi reduzido de 30 para 8; já o limite para defesa pessoal caiu de quatro para duas armas, exigindo comprovação de efetiva necessidade. As definições de uso permitido e restrito foram atualizadas, com pistolas 9mm, .40 e .45 ACP retornando ao status de uso restrito para as forças de segurança.
E você, o que pensa sobre essas mudanças na legislação armamentista? Deixe sua opinião nos comentários!
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