Em uma reunião decisiva na Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil expressou sua vehemente oposição às tarifas unilaterais impostas pelos Estados Unidos. O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Philip Fox-Drummond Gough, fez um apelo contundente, respaldado por cerca de 40 aliados, incluindo a União Europeia, China, Índia, Canadá e Austrália. Gough destacou que tais tarifas são arbitrárias e uma ameaça à soberania nacional, embora não tenha mencionado diretamente os EUA ou o ex-presidente Donald Trump.
“Estamos vendo um movimento perigoso, onde tarifas se tornam ferramentas de interferência em assuntos de terceiros países. O Brasil, como uma democracia estável, é um defensor firme do Estado de Direito e das normas internacionais”, declarou o embaixador, ressaltando a importância do diálogo. A imposição caótica dessas tarifas não apenas prejudica o comércio, mas também compromete as cadeias globais de valor, arriscando uma escalada de preços e uma estagnação econômica geral.
Gough reafirmou que o Brasil está comprometido com a busca de soluções através de negociações e que recorrerá à OMC para contestar as tarifas. Ele advertiu que as negociações baseadas na força são um caminho perigoso que pode promover instabilidade e conflito. “Neste momento crítico, a defesa do multilateralismo é essencial para um comércio justo e equilibrado”, enfatizou.
Em resposta, representantes dos Estados Unidos argumentaram que suas empresas enfrentam concorrência desleal e manifestaram interesse em iniciar negociações bilaterais. Enquanto isso, a OMC luta contra um impasse de mais de cinco anos, dificultando a resolução de disputas comerciais. O governo brasileiro está buscando um adiamento da sobretaxa de 50% sobre suas exportações, na esperança de estabelecer um diálogo construtivo com os EUA.
A incapacidade de achar um caminho viável apenas perpetuará um ciclo negativo de medidas retaliatórias, empobrecendo todos os envolvidos e afastando-os de objetivos de desenvolvimento sustentável. O apelo do Brasil destaca a necessidade urgente de colaboração e respeito mútuo no comércio global.
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