Capitais do Norte e Nordeste ocupam os piores índices de saneamento básico em 2025

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Em um estudo revelador do Instituto Trata Brasil (ITB), em parceria com a GO Associados, os dados de 2025 mostram um panorama alarmante em relação ao saneamento básico em nossa sociedade. Das 20 cidades que mais sofrem com a falta de infraestrutura, oito são capitais do Norte e Nordeste, incluindo Recife, Maceió, Manaus, São Luís, Belém, Rio Branco, Macapá e Porto Velho. A pesquisa analisou os 100 municípios mais populosos do Brasil, destacando as severas dificuldades enfrentadas nessas regiões.

A macrorregião Norte se destaca com as piores taxas de coleta e tratamento de esgoto. Cidades como Porto Velho, Macapá e Rio Branco apresentam números alarmantes, inferiores à média nacional. Para Luana Pretto, presidente executiva do Instituto, o problema é a falta de priorização: “muitas vezes, o saneamento básico não recebe a atenção necessária, resultando em investimentos escassos e estagnação dos indicadores”.

Quando se trata de tratamento de esgoto, o cenário é desolador. Apenas cinco das 27 capitais tratam mais de 80% do esgoto gerado. Entre os piores performers, Porto Velho, Macapá, São Luís e Teresina lidam com índices ínfimos, abaixo de 20%. Em termos de coleta de esgoto, somente seis capitais superam 90% de atendimento, enquanto Porto Velho e Macapá estão com taxas abaixo de 10%.

A situação do abastecimento de água não é mais animadora. Sete capitais alcançam pelo menos 99% de cobertura, mas em várias cidades do Norte, essa cobertura permanece abaixo de 50%. Em Rio Branco, por exemplo, apenas 53,13% da população tem acesso a água tratada, enquanto Porto Velho e Macapá estão ainda pior, com 35,02% e 40,04% respectivamente. As perdas na distribuição de água são igualmente preocupantes, com muitas capitais enfrentando altos índices de desperdício.

No que diz respeito aos investimentos em saneamento, entre 2019 e junho de 2023, as capitais brasileiras somaram aproximadamente R$ 30,5 bilhões, sendo São Paulo responsável por 40% desse montante. No entanto, a média de investimento por habitante ainda é baixa, com apenas Cuiabá superando o mínimo recomendado pelo Plano Nacional de Saneamento Básico. Na outra ponta, Rio Branco apresenta um investimento lamentável de apenas R$ 8,09 por habitante, o que contribui para sua posição desfavorável no ranking.

Para Luana Pretto, o segredo para o sucesso reside no planejamento a longo prazo e na transformação do saneamento em prioridade de estado. “Os municípios que realmente avançam estabelecem políticas consistentes e garantem investimentos sustentáveis ao longo dos anos”, afirma. Que tal refletir sobre o papel de cada um de nós na luta por direitos básicos como o saneamento? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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