Meu pai tinha uma sensibilidade única, capaz de chorar com facilidade. Era um químico, pianista e boêmio, e suas lágrimas fluíam em momentos inesperados: um carinho carinhoso ou a música de Isaurinha Garcia, por exemplo. Para ele, nada se comparava à paixão pelo Sport, mesmo que isso significasse faltar ao nascimento de um filho por causa de um jogo. Que sorte ele não viu o Sport liderar o Brasileirão da forma como está.
Infelizmente, também herdei esse traço dele. Chorei em todas as três vezes que assisti com meus filhos ao filme E.T – O Extra Terrestre. É impossível não derramar lágrimas quando o ET se despede de Elliott, apontando o dedo luminoso. Mas, ao ler a carta aberta do senador Flávio Bolsonaro ao seu pai, publicada nas redes sociais, não consegui me emocionar.
Vamos analisar essa carta: “Fica firme, pai, não vão nos calar! A humilhação deixará cicatrizes, mas também será nossa motivação.” É claro que esse não é um simples desabafo, mas sim um manifesto, uma peça de propaganda destinada a inflamar os seguidores fervorosos. O que ele busca, na verdade, é despertar a ira de quem o apoia, não propriamente confortar um pai que se encontra sob restrições judiciais.
Bolsonaro enfrenta processos e quase a prisão devido a conspirações que seu filho Eduardo realiza nos Estados Unidos contra seu próprio país. Enquanto isso, Eduardo celebra Sanções do governo americano, que não apenas alteram tarifas, mas interferem diretamente em nosso território. Não se pode negociar o que já é um ataque claro e evidente.
Trump não apenas dobrou a aposta, impos restrições a ministros do STF, mas está prestes a fazer mais. Ele deseja impedir Lula de governar e se reeleger, ignorando o ex-presidente Bolsonaro. A única meta de Trump é ver o sucessor de Lula em um boné “Make America Great Again”.
Nelson Rodrigues certa vez disse que “o Brasil não é uma pátria, não é uma nação, mas uma paisagem”. É hora de desmenti-lo e, quem sabe, reescrever essa narrativa.
Comentários Facebook