A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) liberou impressionantes R$ 3,5 milhões para a Millennium Eventos, uma empresa no centro de uma investigação da Polícia Federal (PF) acerca de possíveis desvios de emendas parlamentares. Este contrato foi firmado para apoio na organização do evento “Câmara Mais Perto de Você”, incluindo planejamento operacional e estruturação de estandes.
Nos últimos anos, a Millennium Eventos recebeu R$ 1,8 milhão em 2023 e, em 2024, R$ 1 milhão, com um repasse adicional de R$ 572,6 mil até agora em 2025. Este vínculo com a CLDF, com validade de 12 meses, pode ser estendido por até cinco anos, podendo se prolongar até 2028.
A empresa foi alvo da Operação Korban, desdobrada pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que resultou em mandados de busca e apreensão contra a Associação Moriá e seus dirigentes. Em dois anos, parlamentares destinaram R$ 53 milhões à ONG, que agora está sob intenso escrutínio.
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Gustavo Henrique Fonseca de Deus, presidente da Associação Moriá, e Alejandro Parrilla, dono da Millennium
Reprodução/Redes Sociais
Subsequentemente, a Millennium, de propriedade de Alejandro Parrilla, recebeu quase R$ 1 milhão da Associação Moriá. Sua ex-companheira, Ludmila Cardoso Jardim Gomes, também vinculada ao negócio por meio da LG Promoções e Eventos, teve contratos assinados no valor de R$ 4,2 milhões com a ONG. Ambos estão sob investigação, incluindo busca de bens e quebra de sigilo autorizada pelo Supremo Tribunal Federal.
Estranhamente, o endereço da Associação Moriá, registrado em documentação, pertence a um parente de Parrilla, e a ONG operava de maneira discreta em uma localização associada a ele, o Millennium Convention Center, que possui laços com a Associação dos Servidores da Câmara dos Deputados (Ascade).
Além disso, auditores levantaram suspeitas de direcionamento indevido nas subcontratações e conluio entre empresas. De um total de R$ 46 milhões em emendas parlamentares destinadas a um projeto de jogos voltado para jovens, apenas R$ 8 milhões foram efetivamente pagos, levando à suspensão de novos repasses após a exposição de irregularidades.
A CLDF, em sua defesa, esclareceu que o contrato foi fruto de processo licitatório, dedicado à organização de eventos institucionais, enfatizando a legalidade das ações. No entanto, as incertezas pairam e o público está convidado a opinar: quais devem ser os próximos passos diante dessa situação?
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