A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados tomou uma decisão importante nesta quarta-feira ao aprovar, com 20 votos a favor e 8 contra, a convocação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O objetivo é que ele esclareça a posição do governo sobre a condenação da ex-presidente argentina, Cristina Kirchner, por corrupção.
Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Kirchner, que está sob prisão domiciliar. Embora a data do comparecimento de Vieira ainda não tenha sido definida, sua presença na comissão é obrigatória como parte do processo de convocação.
O partido Novo, responsável pela requisição, argumentou que a visita de Lula, sem uma reunião com o atual presidente argentino, Javier Milei, representa um “gesto ideológico e revanchista”. Em sua declaração, Lula endossou a luta de Kirchner por justiça, afirmando compreender as dificuldades enfrentadas devido a perseguições judiciais.
“Configura não apenas uma ingerência indevida em assuntos internos de outro país soberano, mas também um desrespeito ao sistema judiciário argentino”, ressalta o requerimento.
O documento também menciona que Mauro Vieira esteve presente na visita a Adolfo Pérez Esquivel, um ativista argentino, onde ambos seguravam cartazes com os dizeres “Cristina livre” e “Lula livre”. Tal participação levantou questionamentos sobre a imparcialidade do Itamaraty, sugerindo que o chanceler comprometeu a credibilidade da política externa brasileira ao se envolver em uma narrativa que minimiza o combate à corrupção.
Autorização da Justiça Argentina para a Visita
A visita de Lula a Cristina Kirchner, realizada em sua residência em Buenos Aires, ocorreu após a ex-presidente solicitar autorização à Justiça argentina, que concedeu a permissão. Kirchner, de 72 anos, cumpre prisão domiciliar após uma condenação a seis anos de reclusão por fraudar licitações de obras públicas.
Essa conexão entre Lula e a ex-presidente não é recente, incluindo conversas após a negativa da Suprema Corte argentina ao recurso de Kirchner, que resultou na sua condenação. O futuro da relação diplomática entre Brasil e Argentina poderá ser profundamente impactado por esses eventos.
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