Uma das maiores estruturas criminosa do Brasil, com raízes profundas nos dois principais grupos de tráfico do país, o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), movimentou mais de R$ 250 milhões em atividades ilegais nos últimos anos. Focalizado pela Operação Bella Ciao, o esquema foi desmantelado nesta quinta-feira (03/07) pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
As investigações revelaram um verdadeiro “consórcio do crime”, habilmente estruturado para lavar dinheiro e facilitar o tráfico interestadual de drogas e armas. Com uma logística sofisticada que envolvia empresas de fachada, contas bancárias em nome de laranjas e até eventos comunitários, o grupo infiltrava recursos ilícitos no sistema financeiro formal.
Atuando nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul, o grupo também estendia suas conexões até a fronteira com o Paraguai. Esse mapeamento estratégico assegurava não apenas o funcionamento do braço financeiro, mas também o núcleo logístico das facções, abastecendo comunidades dominadas pelo CV, como o Complexo do Alemão.
Durante a operação, duas pessoas foram presas. Uma delas, em Taubaté (SP), é considerada um elo crucial entre o “Professor”, Fhillip da Silva Gregório, falecido em junho, e fornecedores de armas no Mato Grosso do Sul. Ana Lucia Ferreira, com um passado ligado ao PCC e ex-mulher de um líder da facção borderiza, trazia consigo experiências que dificultavam a identificação de suas atividades.
O segundo detido, Gustavo Miranda de Jesus, tinha papel central na movimentação financeira do Comando Vermelho. Ele organizava festas em comunidades do Rio, usando essas celebrações como fachada para misturar dinheiro do tráfico com receitas aparentemente legítimas, uma tática comum para driblar os mecanismos de controle bancário. Além disso, a operação continuou com mandados de busca e apreensão, visando identificar outros membros dessa rede criminosa.
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