Cerca de um mês antes de sua trágica morte, Joice Daniela de Azevedo Vieira, uma jovem de 29 anos, redigiu uma carta angustiante. Nela, expôs as agressões sofridas e o temor real de que a vida fosse ceifada pelas mãos do homem com quem se relacionava, Flavio André Leonardo da Costa Júnior. Ele, o principal suspeito do feminicídio, ainda está foragido.
Em seu relato íntimo, encontrado após sua morte no apartamento em que residia em Águas Lindas (GO), Joice descreveu uma briga física feroz ocorrida em 16 de junho. “Caso aconteça algo comigo, vocês vão estar cientes de quem foi o culpado”, alertou, numa demonstração devastadora de previsão de seu trágico destino. O bilhete também revelava que, na data da briga, uma vizinha havia intervido, fazendo com que Flavio saísse de sua casa.
No apelo desesperado, Joice expressou seu horror e disse: “[Ele] possui duas armas de fogo […]. Se alguém vir esta carta, é porque o pior aconteceu. Então, por favor, façam justiça.” Ao finalizar, descreveu o companheiro como um “monstro, manipulador e doente”.
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Joice foi brutalmente assassinada no dia 13 de julho, em frente a dois de seus quatro filhos, com idades entre 3 e 10 anos. O crime, consumado em um condomínio em Águas Lindas, teria sido motivado pela suposta desconfiança de Flavio sobre um relacionamento dela com o vizinho, Edson Nunes, que também foi fatalmente atingido.
Um dia antes do assassinato, Flavio forçou Joice a ir à sua casa, deixando-a em estado de pânico. Notícias revelam que ela viveu um relacionamento tóxico, onde frequentemente se sentia ameaçada e diminuta. Uma irmã da vítima revelou que Joice não falava sobre a gravidade da situação, mesmo com indícios evidentes de que sua vida estava em risco.
“Ela estava muito magra, tomando medicações para dormir, muito depressiva. A gente acredita que ela não queria preocupar a família, mas o Flavio André adoeceu minha irmã”, desabafou a irmã.
Em um ato cruel, Flavio apunhalou Joice diante de seus filhos e posteriormente disparou contra ela. A cena, marcada pela brutalidade, deixou as crianças traumatizadas e assombradas com a perda da mãe.
A família foi devastada pela notícia. “Meu mundo caiu quando soube do ocorrido. Minha irmã era muito alegre, nunca a vimos triste. Mas, infelizmente, não conseguimos perceber o que acontecia”, lamentou a irmã.
Os últimos dias foram repletos de tensões. Joice tentava se desvincular de Flavio, que, em mensagens convergentes, expressou raiva e manipulação. Em uma troca, ele se queixou de estar “sendo ferrado” enquanto ela clamava por uma saída pacífica desse relacionamento tóxico.
Após cometer o duplo assassinato, Flavio André não hesitou em ameaçar a polícia, prometendo um confronto caso fosse encontrado. O caso segue em investigação na Delegacia Especializada de Homicídios de Águas Lindas, enquanto a comunidade clama por justiça.
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