Nos bastidores da saúde pública em São Paulo, uma organização social está no centro de uma polêmica. O Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS) se tornou alvo da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) devido ao desvio de recursos e subcontratações de empresas associadas a políticos, incluindo condenados por corrupção. Com um repasse mensal de R$ 113 milhões, o INTS é responsável pela gestão de três hospitais e mais de 70 unidades de saúde em cinco cidades, incluindo a capital paulista.
O Metrópoles revelou que o INTS tem sido acusado de contratar empresas ligadas a autoridades locais, entre elas, o secretário de Saúde de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco. As implicações vão além: um deputado e um ex-prefeito de Suzano também estão nesta rede. Já em Salvador, o instituto enfrenta acusações de superfaturamento e fraudes em licitações, envolvendo um prejuízo estimado de R$ 46 milhões de 2013 a 2020.
O INTS mantém contratos com cinco municípios, sendo que os serviços de saúde são frequentemente terceirizados para empresas que têm vínculos com figuras públicas. As empresas contratadas foram identificadas como ligadas a secretários e ex-secretários municipais. Zamarco, além de sua função, coordena a UTI Neonatal do Hospital e Maternidade de Suzano, recebendo uma significativa fatia do repasse público.
O contrato emergencial que o INTS possui na capital paulista, gestado em meio à crise da pandemia, tem sido renovado repetidamente sem licitação. Com uma média de repasse de R$ 60 milhões mensais, o INTS já totalizou mais de R$ 960 milhões desde o início de 2024. A situação é ainda mais complexa quando se considera a subcontratação da empresa de Zamarco, recebendo montantes expressivos sem clareza sobre os valores exatos a serem repassados.
Outras conexões controversas surgem, como o envolvimento de Pablo Henrique de Souza Bezerra, filho de um ex-secretário de saúde, com a Global Med, que ainda presta serviços para o INTS. As investigações em Salvador, com a operação da PF, levantaram questões sobre a integridade e o gerenciamento de recursos públicos, seguindo uma linha de questionamento que já dura anos.
Em resposta às controvérsias, o INTS defende a legalidade de suas contratações, destacando que elas são regularmente auditadas, e que sempre buscou agir de forma transparente. Contudo, com a pressão das investigações e a crescente insatisfação pública, a situação deste instituto de saúde revela as profundezas das interações entre política e gestão pública.
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