Escândalo no Conjunto Penal de Eunápolis: Ex-Diretora e padrinho político envolvidos em fuga e relações com facção

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Uma investigação sobre a fuga de 16 presos do Conjunto Penal de Eunápolis, ocorrida em dezembro do ano passado, desvendou um complexo esquema de corrupção, revelando vínculos entre a ex-diretora da unidade e um líder de facção criminosa. Dezoito pessoas, entre elas a ex-diretora Joneuma Silva Neres e o ex-coordenador de segurança Wellington Oliveira Sousa, foram indiciadas pelo Ministério Público da Bahia por organização criminosa e facilitação da fuga.

Durante a gestão de Joneuma, as regalias aos presos se tornaram tão excessivas que contemplaram a entrada irregular de itens como roupas, freezers, ventiladores e até sanduicheiras. Os depoimentos de Wellington trouxeram à tona a dinâmica obscura da unidade. Ele revelou que Joneuma atendia a exigências de Ednaldo Pereira de Souza, conhecido como “Dadá”, considerado chefe da facção Primeiro Comando de Eunápolis, ligada ao Comando Vermelho do Rio de Janeiro. Dadá, que estava preso, é um dos foragidos após a fuga em massa.

Investigações apontam também para um suposto relacionamento amoroso entre Joneuma e Dadá. Isso foi corroborado por relatos de detentos, embora Jocelma Neres, irmã e advogada de Joneuma, negue veementemente as alegações, destacando a inocência da ex-diretora.

Além disso, o caso trouxe à tona o ex-deputado federal Uldurico Alencar Pinto, conhecido como Uldurico Júnior, que seria padrinho político de Joneuma. Depoimentos indicam que ele visitava a unidade sem passar pela revista padrão e mantinha contato com líderes de facções, como Dadá. Joneuma, por sua vez, protocolou um pedido de auxílio financeiro afirmando que a criança que espera é filha dele.

A fuga, que aconteceu em 29 de novembro, foi cuidadosamente planejada. Os detentos aliados de Dadá usaram uma furadeira para abrir um buraco no teto da cela. Apesar de agentes penitenciários terem escutado o barulho, Joneuma só teria tomado uma atitude dois dias depois, supostamente ordenando a Wellington que buscasse a furadeira.

Atualmente, Wellington Oliveira Sousa está preso no Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, enquanto Joneuma, grávida na prisão, foi transferida para o presídio de Itabuna, onde seu bebê nasceu prematuramente e se encontra com ela na cela. A família de Joneuma expressa preocupações sobre as condições do local para a criança.

A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP) da Bahia afirma que não compactuou com privilégios aos internos e colaborou ativamente nas investigações para punir eventuais transgressões. Desde maio, agentes da Força Penal Nacional estão atuando no presídio de Eunápolis, uma medida que ocorreu após um atentado com alvo no novo diretor da unidade, que endureceu as regras.

Até o momento, apenas um dos 16 foragidos foi localizado, perdendo a vida durante a tentativa de prisão. O advogado de Wellington não se manifestou, e a reportagem não obteve resposta das defesas dos demais citados. O que você pensa sobre a relação entre corrupção e o sistema prisional? Deixe sua opinião nos comentários!

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