Em uma reviravolta surpreendente, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o pedido da atriz Érika Mader, conhecida por seu papel na novela Paraíso Tropical, e da ginecologista Fernanda Mader. Elas foram denunciadas por lavagem de dinheiro, gerando um intenso debate em torno da investigação.
As sobrinhas da ex-atriz Malu Mader solicitaram que o Ministério Público Federal (MPF) esclarecesse como um vice-presidente de um banco estrangeiro forneceu informações à investigação sem um pedido formal de cooperação internacional. Além disso, pediram a apresentação de documentos que confirmassem a inexistência de contas ou ativos vinculados a elas na instituição financeira.
O STJ, no entanto, considerou o depoimento do gerente do banco desnecessário. Segundo a Corte, havia provas suficientes sobre as contas no exterior, levando a uma votação unânime em abril que barrou o pedido das acusadas.
Em fevereiro, a Corte já havia negado recurso dos pais de Érika e Fernanda, Marco Antônio Barbosa de Alencar e Patrícia Mader de Alencar, que também enfrentam acusações no mesmo inquérito por lavagem de dinheiro. Curiosamente, Malu Mader não é mencionada nas acusações.
Relembrando a trama do caso envolvendo Érika Mader
O inquérito abrange três episódios que, segundo o subprocurador-geral Hindemburgo Chateaubriand, foram desencadeados pela colaboração do empresário Raul Fernando Davies. Em primeiro lugar, Marco Antônio e Patrícia mantiveram contas não declaradas em um banco nos Estados Unidos, supostamente alimentadas por valores provenientes de corrupção.
A denúncia revela que uma dessas contas recebeu impressionantes US$ 5 milhões. Anos depois, foi aberta uma conta offshore em Belize, no Caribe, que, conforme informações obtidas em colaboração com Andorra, apresentava um saldo de US$ 2,296 milhões em março de 2022.
A relatora do caso, Maria Isabel Gallotti, ressaltou a imprescindibilidade de Marco Antônio na trama criminosa, conforme seu voto no recebimento da denúncia e citação dos réus.
Nos outros episódios do inquérito, há indícios de que eles utilizaram empresas vinculadas às filhas para criar contratos fictícios e legitimar os valores acumulados pela corrupção. O empresário Alberto Bulus foi mencionado como participante dessa manobra.
O procurador Chateaubriand afirmou que há provas de que Marco Antônio retirou, em dinheiro, R$ 500 mil na casa de Alberto Bulus, corroborando a gravidade das acusações.
Os crimes teriam ocorrido entre 1999 e 2016, com uma investigação que ganhou notoriedade pela colaboração de Raul Fernando, que também foi denunciado. Em uma audiência anterior, a defesa de Marco Antônio argumentou que as acusações eram “absolutamente improcedentes”, e a defesa de Érika e Fernanda solicitou a rejeição da denúncia, sem sucesso.
Alencar já havia sido acusado em outra ação penal de organização criminosa e corrupção passiva, revelando um contexto amplo e complexo que remete à operação Quinto do Ouro.
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