Em um clima de intensa polarização política, Silvinei Vasques, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), tomou posição ao negar, em 24 de julho de 2025, que tenha ordenado blitzes estratégicas no Nordeste com a intenção de dificultar o acesso dos eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva às urnas no segundo turno das eleições de 2022. Neste depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), Vasques ressaltou que as ações da PRF foram realizadas em conformidade com as diretrizes do Ministério da Justiça, liderado na época por Anderson Torres, também réu na investigação.
De acordo com Vasques, as operações foram tratadas seguindo o padrão habitual de eleições passadas, com o essencial foco em coibir infrações eleitorais e garantir a segurança do pleito. “O que recebi de orientação foi atendido como uma questão hierárquica. Não avistei ilegalidades nas orientações do ministro”, defendeu, afirmando ainda que a corporação cuidou do direito de cada cidadão de votar, bem como da prevenção a crimes eleitorais e acidentes.
Em suas declarações, o ex-diretor afirmou que em nenhum momento se cogitou criar obstáculos aos eleitores, sendo que a PRF abordou 28 mil pessoas no dia da votação, o que, segundo ele, não permitiria uma manipulação eleitoral. Ele enfatizou que seria impossível interferir de forma significativa em um pleito dessa magnitude, inconcebendo uma fraude por meio da PRF.
Silvinei também se defendeu das alegações de participação em uma tentativa de golpe. “Me sinto uma vítima. Não estive em reuniões ou troquei mensagens com ninguém”, declarou, claramente angustiado com o impacto que essas acusações tiveram em sua vida pessoal e profissional.
As investigações da Polícia Federal revelaram que a estrutura da PRF foi utilizada para restringir o livramento dos eleitores, especialmente nordestinos, através de operações que, sob liderança de Vasques e Torres, visavam favorecer Jair Bolsonaro. Em agosto de 2024, ambos foram indiciados, junto com quatro outros policiais, sob suspeita de uso excessivo de força e restrição de direitos políticos, com penalidades que podem alcançar seis anos de prisão e multas.
O caso traz à tona questões críticas sobre a integridade do processo democrático, gerando um debate fervoroso sobre até que ponto as ações das autoridades podem influenciar o exercício do direito ao voto. O que você pensa sobre a possibilidade de interferência nas eleições? Compartilhe sua opinião!
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