MUITO
Evento rompe silêncios e homenageia o audiovisual que transforma
13/07/2025 – 7:00 h

As organizadores do festival, Tulani Nascimento, Day Senna e Hilda Pontes –
“O cinema é um mundo machista”, reflete Bianca Bomfim, diretora do curta-metragem Retrato Tumbalalá, que retrata a luta pela terra dos indígenas da Aldeia Pambu. A dominância masculina nas telas tem silenciado vozes, mas o 8º Festival Lugar de Mulher é no Cinema, que acontece em Salvador de 23 a 27 de julho, promete transformar essa narrativa.
Para a diretora executiva do festival, Day Senna, esta é uma oportunidade de amplificar as vozes de mulheres e pessoas não binárias no cinema. “Estamos em busca de equidade”, afirma, destacando que a estrutura machista ainda marginaliza muitas produções.
A cineasta Clara Campos, codiretora de Retrato Tumbalalá, vê a narrativa como um ato político. “O cinema independente me dá força e propósito”, diz. Sua busca pela ancestralidade a levou a criar a Escola Jurema, um projeto que se torna uma ferramenta de luta, permitindo que a arte convoque a resistência indígena.
Homenagem

A diretora executiva do festival, Day Senna | Foto: Olga Leiria | Ag. A TARDE
Rastricinha Dorneles, primeira mulher transexual a receber o Prêmio Sol Moraes, destaca o poder do audiovisual como transformação social. Ao receber a homenagem, compartilhou sua desconfiança sobre o reconhecimento que muitos imaginavam impossível. “Quando recebo o prêmio, começo a vencer as vozes que dizem que não pertenço a este mundo”, afirma com esperança.
Neusa Borges, com 68 anos de carreira, também será homenageada. “Acredito na igualdade de gêneros”, diz, refletindo sobre as barreiras que ainda persistem, mesmo após anos de contribuição ao cinema. Sua mensagem para as novas gerações é clara: “A luta continua, e quem sabe um dia, a igualdade se torne realidade”.
Filmes

Cena de A Menina que Queria Voar | Foto: Divulgação
A diretora Taís Amordivino, ao criar A Menina que Queria Voar, busca resgatar memórias da infância com delicadeza. O curta revela como a infância está repleta tanto de poesia quanto de realidades sociais. “Espero que os espectadores se identifiquem e reflitam sobre o poder do sonho”, conclui Taís, que vê a infância como um espaço para resistência e verdade.
Obstáculos
Bianca Bomfim destaca os desafios permanentes enfrentados no audiovisual, onde o machismo ainda impõe barreiras à inclusão feminina. “Cansamos de ver mulheres competentes sendo substituídas por machos alfa”, critica, ressaltando a importância de festivais como este para estimular um novo olhar e uma verdadeira equidade.
O festival, segundo Day Senna, procura garantir diversidade na seleção dos filmes. “Criamos um espaço mais representativo que reflete múltiplas perspectivas”, afirma, ressaltando que essa inclusão é essencial para reconstruir narrativas que foram silenciadas.
Serviços
8º Festival Lugar de Mulher é no Cinema
Quando: 23 a 27 de julho
Onde: Salvador, Bahia
Quanto: Gratuito
Locais de exibição e atividades presenciais
Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), Av. Contorno, s/n — Solar do Unhão, Salvador
Espaço Boca de Brasa Centro, Rua Barão de Cotegipe, 360 — Calçada, Salvador
Boca de Brasa 360 (Subúrbio Ferroviário), Rua das Pedrinhas, s/n — Plataforma, Salvador
Programação geral
Sessões de cinema (mostras competitivas Luas, Raízes e Matinê)
Oficinas e rodas de conversa
Masterclass
Cerimônia de abertura e entrega do Prêmio Sol Moraes (dia 23 de julho)
Mostras
Luas: Apresenta curtas-metragens realizados por mulheres e dissidências de gênero, abordando temas como corpo, ancestralidade e resistência.
Raízes: Reunindo curtas que refletem a força do audiovisual baiano, destaca vivências negras, indígenas e populares, resgatando a identidade local.
Matinê: Focada na formação de novos públicos, exibe obras que encantam todas as idades, celebrando a infância e a juventude com sensibilidade.
Participe deste movimento poderoso e compartilhe suas reflexões sobre o festival nos comentários. A transformação começa com a sua voz!
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