Na última terça-feira, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) revelou um investimento de R$ 516,2 bilhões para o Plano Safra 25/26, destinado à agricultura empresarial. No entanto, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) expressou sua insatisfação, considerando o valor insuficiente para atender às necessidades do setor.
Durante uma coletiva online, o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion, destacou a contradição entre o valor anunciado e a real necessidade dos produtores. Ele alertou para a queda nos investimentos e o impacto da irresponsabilidade fiscal do governo, que pode elevar os custos em mais de R$ 58 bilhões devido ao aumento das taxas de juros.
“O montante é um recorde que não se traduz em apoio real ao setor”, afirmou Lupion, apontando uma queda de 5,41% nas destinações para investimentos, o que resulta em R$ 101,5 bilhões. Essa situação, segundo ele, desencoraja os produtores a buscarem crédito para projetos de longo prazo.
O deputado Sérgio Souza também expressou suas preocupações, enfatizando que a insegurança no crédito pode inflacionar os preços de produção. O governo destina R$ 447 bilhões para grandes produtores e R$ 69,1 bilhões para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).
Entre os obstáculos mencionados, Lupion destacou a nova tributação sobre as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), que pode comprometer a competitividade e a segurança financeira dos produtores. Ele sugeriu que aumentar a exigência de aplicação dos recursos captados com LCAs poderia injetar até R$ 64 bilhões no setor sem onerar o Tesouro Nacional.
A senadora Tereza Cristina também criticou a falta de recursos, lembrando que, dos R$ 475 bilhões prometidos para 2024, apenas 70% foram entregues. Com a Selic em 15%, ela alertou que o crédito se tornará ainda mais caro, colocando em risco a continuidade da produção agrícola.
Outro ponto de crítica foi a ausência de recursos para o Programa de Seguro Rural (PSR), agravada pelo bloqueio de R$ 354,6 milhões. A FPA aproveitou a ocasião para apresentar propostas de redução de gastos públicos, incluindo a transferência do Cadastro Ambiental Rural para o Ministério da Agricultura e a redução do número de ministérios.
Agora, mais do que nunca, é vital para o setor agropecuário estar em sintonia. Compartilhe suas opiniões sobre o Plano Safra nos comentários e participe desta importante discussão!
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