A França reafirma, de maneira contundente, que a única saída viável para o conflito israelense-palestino é a criação de dois Estados: um israelense e outro palestino, coexistindo em paz e segurança. Essa declaração ressoou nas palavras do ministro das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, durante uma conferência internacional em Nova York, convocada pela Assembleia Geral da ONU com o apoio de França e Arábia Saudita.
O evento surge em um contexto crítico, após quase dois anos de intensos conflitos em Gaza. Barrot ressaltou que uma solução política é essencial para atender as aspirações legítimas de ambos os povos. Essa iniciativa também segue o anúncio do presidente francês, Emmanuel Macron, de um reconhecimento oficial da Palestina previsto para setembro.
O príncipe saudita Faisal bin Farhan reforçou a necessidade de um Estado palestino independente como condição para a paz, conectando a normalização das relações com Israel a essa criação. No entanto, nem Estados Unidos nem Israel estão participando do encontro, o que levanta questionamentos sobre sua eficácia. Para o chanceler saudita, o apoio dos EUA poderia ser um catalisador para a resolução do conflito.
Contudo, os EUA, através de seu Departamento de Estado, desqualificaram a conferência como uma “artimanha publicitária”, que, segundo eles, complicará ainda mais a busca por paz. As mesmas críticas ecoaram do embaixador israelense na ONU, que advertiu que as discussões promovidas não se alinham com as reais necessidades de segurança da região.
A realidade é desafiadora. Após mais de 21 meses de tensão e com a expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, cresce a preocupação de que a independência do Estado palestino se torne uma meta inatingível. A França tenta persuadir outras potências, como a Espanha, a reconhecer o Estado palestino, enquanto vozes de líderes mundiais, como o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, destacam a necessidade de um plano mais abrangente.
O primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, instou uma ação coletiva, propondo o envio de uma força internacional para proteger o povo palestino. Apesar dos desafios, ao menos 142 dos 193 Estados-membros da ONU já reconhecem a Palestina.
António Guterres, secretário-geral da ONU, advertiu que a solução de dois Estados está em um estado crítico, com a anexação da Cisjordânia sendo ilegal e intolerável. A conferência pretende focar na reforma da governança da Autoridade Palestina e na desarticulação do Hamas, apresentando um esforço para revitalizar a esperança de um futuro pacífico.
Neste cenário sombrio, o ex-chanceler da Costa Rica, Bruno Stagno, chamou a atenção para a urgência de ações concretas, como sanções e embargos, para pressionar Israel a mudar sua postura, reforçando que discursos vazios não farão a diferença na crua realidade de Gaza.
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