A Controladoria-Geral da União (CGU) investiga um esquema conhecido como “fraude da fraude” no INSS, onde áudios falsificados são utilizados por entidades para contestar pedidos de ressarcimento por descontos indevidos a aposentados e pensionistas. O objetivo é comprovar a autorização de tais descontos usando gravações manipuladas.
Comprovações fraudulentas têm vindo à tona, como um caso onde um áudio atribuído a uma aposentada é, na verdade, de outra pessoa. A gravação foi usada pela Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos (Ambec) para justificar descontos no benefício de Martha Lopes Carvalho, que reivindica não ter dado autorização para tal. A aposentada ainda aguarda o reembolso do INSS.
Em uma escuta, um aposentado apenas responde “sim” a perguntas que pareciam mal editadas. As investigações mostram uma técnica de edição que altera o contexto original das respostas, evidenciando um esquema mais amplo de falsificação que inclui documentos e assinaturas.
As irregularidades são tratadas como uma “fraude da fraude”, e, desde o início do ressarcimento em julho, a resposta do INSS tem sido cautelosa. Num caso detalhado, um aposentado refutou autorização para desconto; a entidade argumentou em defesa com áudios falsificados, mas o Instituto aceitou a contestação, favorecendo o aposentado.
Testemunhas do setor revelam que uma empresa, Balcão das Oportunidades, facilita a criação de áudios fraudulentos, capturando vozes de aposentados em ligações editadas para apresentar como validação de filiação a associações. Essa entidade, ligada a fraudes em larga escala detectadas pela Polícia Federal, recebeu R$ 9 milhões da Ambec, além de contratações substanciais com outras associações.
Diante das investigações, o presidente do INSS confirmou que o uso de áudios e assinaturas falsas para fraudar ressarcimentos ocorreu. Ele destacou que a legislação requer documentação rigorosa para validar tais autorizações, sendo áudio insuficiente. A Ambec, por sua vez, se defende alegando que não é responsável pela captação dos áudios, uma tarefa de terceiros. A entidade solicitará correções ao INSS, alegando que possíveis erros no sistema podem ter contribuído para as confusões.
O cenário é complexo e alarmante, mas reforça a importância da vigilância e responsabilidade no gerenciamento dos direitos dos aposentados. Essa situação não afeta apenas a confiança nas associações, mas também o futuro dos beneficiários em todo o país. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários!
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