Nos últimos anos, o Brasil se deparou com uma alarmante descoberta feita pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): desde 2019, foram identificados indícios de pagamentos indevidos do Benefício de Prestação Continuada (BPC) que somam impressionantes R$ 16,4 bilhões. Este benefício, que visa assegurar um salário mínimo mensal a idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência, tem como um dos critérios fundamentais a renda familiar per capita não superior a 1/4 do salário mínimo.
Para as pessoas com deficiência, um rigoroso processo de avaliação médica e social é necessário para assegurar que estas realmente precisem do auxílio, evitando assim que o benefício chegue a quem não necessita. Entretanto, os dados fornecidos pelo INSS revelam um cenário preocupante. Entre 2019 e junho de 2025, mais de 534 mil processos administrativos foram concluídos, revelando que R$ 13,3 bilhões foram pagos indevidamente e que mais R$ 3 bilhões apresentam irregularidades parciais.
De acordo com a autarquia, apenas R$ 8,7 milhões foram restituídos ao governo, um quantitativo alarmantemente baixo diante do volume de pagamentos indevidos. O Tribunal de Contas da União (TCU), em auditoria realizada no início do ano, corroborou essas preocupações, apontando que cerca de 6,3% dos beneficiários do BPC estão recebendo o auxílio de maneira imprópria, o que gera um custo de cerca de R$ 5 bilhões anuais para o INSS.
Entre as irregularidades descobertas, foram identificados casos de beneficiários falecidos, inconsistências nos dados cadastrais e acúmulo indevido do BPC com outros benefícios, totalizando danos que superam R$ 113 milhões por ano ao erário público. Nesse contexto, o INSS, embora tenha se posicionado sobre a situação, não respondeu diretamente aos questionamentos que lhe foram enviados.
Por sua vez, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) declarou que, em um esforço de fiscalização iniciado em 2023, foram suspensos diversos benefícios com indícios de irregularidade e mais de 1 milhão de cadastros foram atualizados. O objetivo é garantir que o BPC chegue a quem verdadeiramente necessita e para restaurar a confiança da sociedade nesta política pública.
O MDS está empenhado em aprimorar o Cadastro Único (CadÚnico) e reestruturar o Departamento de Benefícios Assistenciais, ações essenciais para fortalecer a gestão do BPC e evitar fraudes. A eficiência e a transparência na concessão do benefício são prioridade, uma vez que o público beneficiado, composto majoritariamente por pessoas com deficiência e idosos, requer uma atenção especial para o acesso aos seus direitos.
A situação é complexa e requer um comprometimento contínuo das autoridades para que o BPC cumpra sua função assistencial de forma justa e eficaz. O que você acredita que deve ser feito para melhorar a fiscalização e garantir o uso correto dos recursos públicos? Compartilhe suas ideias e vamos juntos buscar soluções para um sistema mais justo!
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